segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

IT'S A WONDERFUL LIFE (1946)


Há filmes e depois há FILMES (com todas as letras maiúsculas). Este It's a Wonderful Life é daqueles que deve ser visto e revisto e depois revisto vezes sem conta. E são estes os filmes sobre os quais tenho mais dificuldades em escrever. Porque escrever mal é relativamente fácil. Mandam-se umas larachas e depois temos uns haters a reclamar se falamos mal de alguma coisa que gostem. Mas escrever sobre um filme que achamos praticamente perfeito é dificílimo (pelo menos para mim). 

Ora, o Natal está a aproximar-se mas mesmo assim já respiramos esta época natalícia. E como é normal, todos os anos sigo a tradição de escolher uma dúzia de filmes para ver nesta época. São os chamados "filmes de Natal". E estes "filmes de Natal" abrangem quase todos os géneros, desde o drama, terror, comédia ou acção. E se há filme que deve ser visto todos os natais é este clássico de Frank Capra
A história gira toda ela em torno de George Bailey (James Stewart). Um anjo, ainda sem asas, é enviado à Terra para ajudar George. Se cumprir essa missão lá ganhará as suas asas. Vamos conhecendo o George desde miúdo, para percebermos a razão pela qual ele precisa de ajuda. E durante este tempo todo vamo-nos "apaixonando" por este personagem. Ele é aquela pessoa que põe sempre os outros em primeiro lugar. Abdica dos seus sonhos para ajudar quem pode. Um verdadeiro altruísta. Nem quando o maior "vilão" da cidade, que é dono de praticamente toda, lhe faz uma oferta de trabalho irrecusável, ele recusa. É aí que se dá o volte-face. Devido a uma distracção do seu tio, perde o dinheiro todo da empresa que gere e por causa disso pode ir parar à cadeia, prejudicando mesmo assim muita gente. O desespero leva-o a considerar o suicídio e é aí que surge o anjo que o salva. O anjo Clarence (Henry Travers) leva-o numa jornada onde vai ver como seria a vida de todos se ele nunca tivesse nascido e como as afectaria para pior. Claro que o final é previsivelmente feliz, mas é o final obrigatório. 


O que Frank Capra conseguiu foi um equilíbrio de emoções. O filme começa bem disposto, com humor à mistura e romance. Para depois nos levar às lágrimas de tristeza e no final de felicidade. 
Se existe filme inspirador, este Do Céu Caiu Uma Estrela é o exemplo maior. E depois uma palavra para James Stewart, que no pico da sua forma nos oferece a sua prestação mais comovente, mais equilibrada da carreira. A mostrar porque é um dos melhores actores de SEMPRE.

Sim, é um filme de Natal, que deve ser visto não só nesta época, mas como em qualquer dia do ano. O melhor filme para vermos quando nos sentimos sem caminho, sem destino. Se esta obra não consegue animar a pessoa mais deprimida e/ou depressiva do mundo, não sei o que fará.

«Combine the characters, the story, the message, and the acting, and it's easy to see why It's a Wonderful Life isn't just a holiday favorite, but a great movie by almost any standards.» (James Berardinelli)

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