domingo, 27 de agosto de 2017

BAYWATCH (2017)


Gajos que nasceram no início dos anos 80 fizeram-se homenzinhos nos anos 90. E quando digo "fizeram-se homenzinhos" refiro-me a descobrir o corpo e aquelas cenas esquisitas do crescimento. Nessa altura a internet era algo complicado de ter para irmos à procura da melhor pornografia. Comprar uma revista para adultos custava o mesmo que empenhar a nossa casa e vender a nossa mãe. De vez em quando lá existia uma cassete de vídeo de algum pai de algum amigo. Mas isso também era difícil de arranjar. No meio disso tudo, houve uma série de televisão que ajudava os putos a "crescer". E logo uma série que passava em horário nobre. Baywatch (Marés Vivas na tradução tuga) era esse pedaço de pecado. Digamos que a série não era bem sucedida pelos seus complexos argumentos. Para isso havia Twin Peaks ou X-Files. Baywatch tinha algo mais apelativo: gente gira a correr nas praias em câmara-lenta. Aqui descobriamos o poder do silicone. E Pamela Anderson era a nossa musa. Eu era um puto simples. Bastava uma nadadora salvadora em fato de banho vermelho, loura, voluptuosa, com sorriso largo a correr pelas praias de Baywatch, e isso era melhor que qualquer vídeo do youporn. Só que depois de CJ Parker (Pamela Anderson), veio a Summer (Nicole Eggert), e ai meu deus, o que gostava da Summer, a minha primeira paixão carnal da televisão. Engraçado que quando Summer apareceu na série, não tinha propriamente os dois "atributos" da Pamela Anderson. Mas isso durou uma temporada. Na temporada seguinte apareceu maior!
Ah, no meio das jeitosas estava lá o personagem principal, Mitch Buchannon, interpretado pelo eterno Michael Knight, David Hasselhoff. Eu acho que ele fez e produziu esta série só para poder comer todas as actrizes com quem contracenou (mito por ele lançado). Foram 11 temporadas (??) disto.


Em 2017, digamos que ninguém ansiava por uma espécie de remake da série, mas o que é certo é que isso aconteceu. Não em série televisiva, mas em filme. 
Mas o que o filme faz, e abusa um bocado dessa tecla, foi "gozar" com a série original. E com o facto de, apesar de se tratarem de nadadores-salvadores, eles fazem o trabalho da polícia e forças de segurança. O filme tem a história básica: primeiro o recrutamento dos "rookies" e depois algum tráfico de droga. No meio disto tudo há Dwayne Johnson a ser ele próprio, Zac Efron como rookie, mas que compete com o The Rock num concurso de força máscula!!!!!! No entanto, curti a química entre os dois. E depois temos Alexandra Daddario. E aos 34 anos, ainda consigo ficar a babar-me por uma actriz. Mas aqueles olhos.... vocês viram aqueles olhos? 

O filme não prima por nada em especial. Mas confesso: diverti-me e babei-me durante quase duas horas. E sejamos sinceros: não estávamos à espera de mais.
E depois, num remake de Baywatch, claro que teriam que existir uns cameos. Mas a beleza dos cameos é quando são inesperados, por isso NÃO COLOQUEM O NOME DO DAVID HASSELHOFF E DA PAMELA ANDERSON NO GENÉRICO INICIAL. 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

ANNABELLE: CREATION (2017)


Uma das coisas que para mim é o cinema, é a arte da manipulação. Quem faz um filme quer manipular o espectador, provocar emoções. Sabemos que estamos a ser manipulados mas não nos importamos. E num filme de terror, isso ainda é mais evidente. 
O primeiro Annabelle fazia tanto sentido de existir como uma pedra nos rins. O The Conjuring foi um filme de sucesso e como lá pelo meio apareceu uma boneca de porcelana dentro de um armário, acharam que era boa ideia explorar isso. E em que é que resultou? Numa prequela que basicamente é cocó. Uma merda de filme que, para filme de terror, não assusta nadinha. E o que faz mais sentido que uma pedra nos rins? Só se forem duas pedras nos rins. Ora, o primeiro não teve assim tanto sucesso de bilheteira nem de crítica. Então por que razão acharam que um novo filme iria ter sucesso? Ainda para mais porque é a prequela de uma prequela. Tinha tudo para ser péssimo. Mas milagres acontecem, e o que temos aqui é um puro filme de terror, sem grandes pretenciosismos e que faz aquilo que qualquer filme de terror deveria fazer: assusta. E quando digo "assusta", digamos que é para borrar a cueca. 


O filme pega num dos principais mecanismos do género de terror, o som, e usa-o de forma tão eficaz, que o filme merece ser visto numa sala de cinema com bom sistema audio. 
É que não se pouparam aos sustos... praticamente de início ao fim. Mas o que faz esses sustos, esses jump-scares resultarem é o set-up. Desde início que é criado ali um ambiente fantasmagórico, e o espectador vai sentido isso ao longo do filme. 
Pode ter todos os clichés e por vezes ser totalmente previsível, mas caramba, se o que queriam era meter medo, então conseguiram. Sim, porque a história é tudo menos original. Quantas vezes já vimos histórias de casas e miúdas assombradas? Milhares de vezes... mas são raras as vezes que conseguem realmente assustar. Depois, o filme é eficaz porque damos por nós importados com as personagens principais. As duas miúdas são interessantes, com história. E são óptimas actrizes. Então a actriz que faz de Janice (Talitha Bateman), que a certa altura está possuída, está impecável nos vários registos que tem de ter. (E é impressão minha ou a rapariga é a cara chapada da Chloë Grace Moretz??)
No geral, é um filme infinitamente melhor que o primeiro, da mesma forma que o The Conjuring 2 era melhor que o primeiro. São as sequelas a melhorar o original.

Muitas vezes, as formas das pessoas reagirem ao medo nos filmes é o riso. Aquele riso nervoso depois de um sustos do caraças. Isso aconteceu na sessão a que fui assistir. Isso e um matulão que estava ao meu lado estar todo encolhidinho e agarrado à namorada durante as cenas mais assustadoras.