quarta-feira, 22 de julho de 2015

CANNIBAL HOLOCAUST (1980)


De vez em quando lá surgem filmes que por alguma razão que eu desconheço, nunca vi. Estou a falar daqueles clássicos absolutos. Desta vez, era o clássico Holocausto Canibal. Não sei porquê, mas nunca tinha posto a vista em cima deste filme. E se calhar ainda bem. Não que o filme seja mau. mas se eu tivesse visto este filme nos anos 80 (quando eu era um petiz), é provável que agora andasse a assaltar velhinhas ou a desmembrar as colegas da escola. A expressão "saltar à espinha" teria um significado mais literal. Ou então não, e continuava com a minha vidinha pacata, pois eu não acredito que a violência no cinema influencie o nosso comportamento.
Sabem aqueles filmes doentios que existem hoje em dia, como o Human Centipede ou o Serbian Film? Pois esses são flores ao pé deste Holocausto.
O que mais me impressionou/enojou nem foram as cenas de canibalismo. Com isso posso eu bem. O que me fez espécie foi mesmo as cenas com animais. Ou seja, usaram animais verdadeiros. E digamos que ver a equipa de jornalistas cortar ao pedaços uma tartaruga viva e depois comer é capaz de ser um pouquinho agressivo. Essa cena é para mim das coisas mais "impressionantes" que vi no cinema. Acho que ninguém fica indiferente. 

Quem quiser ver o filme que originou o "found-footage" tem aqui o pioneiro!

Desta vez não me alongo muito com este filme. Ficam apenas algumas imagens!








terça-feira, 21 de julho de 2015

POLTERGEIST (2015)


E aquela moda de refazer tudo o que de bom já se fez no passado? Pois... Parece que neste século XXI isso está para durar. A moda dos remakes, reboots, sequelas, prequelas, etc, nunca esteve tão em voga como agora. Claro que os remakes não são de agora. Alguns clássicos do cinema são remakes: The Fly (1986), The Thing (1982), Scarface (1983), etc. E a estes ninguém aponta a falta de qualidade. Acontece que 99% dos remakes actuais são autênticos baldes de merda a cheirar mal. 

Ora, este ano alguém decidiu que era giro pegar no clássico de 1982 de Steven Spielberg (que ninguém venha dizer que o filme é do Tobe Hooper, porque o filme é a cara do Spielberg), Poltergeist, e dar-lhe uma "nova roupagem" - expressão muito em voga. Encheu o filme de efeitos especiais (ai tão fraquinhos) e esqueceram-se de todo o resto. Pensaram que basta meter ali uns efeitos feitos por computador, um ou dois sustos, que só só devem assustar umas pitas desejosas que os putos lhes saltem em cima, e fica-se por aí. 
No original a família era uma típica "middle-class family" que se muda para os subúrbios. A própria miúda que era "raptada" pelos espíritos da televisão era "creepy". O Spielberg optou por levar as coisas gradualmente. Foi criando o ambiente, sem dar tudo numa vez.
O que fizeram no remake?? Pegaram em alguns elementos do original e colaram-nos com fita-cola. Coerência é coisa que não existe. Ora, tem a miúda raptada + miúdo com medo de palhaços + televisão + cemitério + equipa de "exorcistas". Mas é tudo uma grande salganhada que para ali vai! 
A sério, se podem aprender alguma coisa comigo, ou seguir um conselho meu: ide ver e rever o filme de 1982. Vejam como se faz cinema de terror sem grandes artefactos. Caguem para este filme. 

Nota final:
Se não gostam de filmes mais velhinhos porque têm esse preconceito do que é velho não presta, então não merecem que vos sugira algo recente com mais qualidade (termo subjectivo).

segunda-feira, 20 de julho de 2015

ANT-MAN (2015)


Hoje em dia a Marvel é uma fábrica de fazer dinheiro. Não percebo porquê... ou se calhar percebo. Mesmo que 90% dos filmes sejam uma autêntica merda, a verdade é que todos os putos e mesmo pessoal mais velho adere em massa. De há uns tempos para cá, decidiram criar o chamado "Marvel Cinematic Universe". Ou seja, um esquema para sacar dinheiro aos espectadores. Fazem uma série de filmes sobre cada super-herói deste universo, mas  que de certa forma estão interligados entre eles... Juntam depois tudo nos Vingadores, e depois com a desculpa que temos de ver tudo para entender os Vingadores. Tem sido de tal forma lucrativo que a DC Comics já imitou e começou o seu universo. 
Sempre fui crítico dos filmes novos da Marvel. Aborrecidos, muito barulho e pouco conteúdo. Claro que dos novos há excepções e gostei bastante do Captain America: The Winter Soldier ou do Guardians of the Galaxy.
Confesso que fui com algumas expectativas para este Ant-Man. Sou fã do tema do "encolhimento" (à falta de palavra melhor) e gosto do Paul Rudd.
Para estes filmes o que eu quero é passar um bom bocado, sem apanhar grandes secas. E quanto a isso missão cumprida. Não se perde grande tempo com a origem do herói. É só um tipo que é ladrão, sai da prisão e que ter contacto com a filha. Depois o Michael Douglas contrata o tipo que é ladrão para roubar a tecnologia que o vilão conseguiu criar. Por isso, basicamente é um "heist-movie". 
O bom que este filme tem é o não querer ser maior e mais barulhento que os anteriores da Marvel, o que normalmente acontece em sequelas. É só um filme de assalto, que mete as normais cenas de treino, uma mulher para fazer ali o objecto de interesse amoroso, um vilão com ideias megalómanas e humor, que é o que falta normalmente aos outros filmes.
Dos efeitos, tenho de dizer que gostei. Não me pareceu o falso que é  maioria dos blockbusters actuais. Mesmo as formigas criadas digitalmente estão bem esgalhadas. As proporções também, o que é um problema de grande parte dos filmes deste tema. 
O elenco esteve competente. Michael Douglas é sempre Michael Douglas. E se no ano passado o Chris Pratt era o herói de acção inesperado, este ano esse papel fica com o Paul Rudd. Um habitué de comédias românticas ou só comédias, o tipo vai bem como estrela de acção, mas porque "impôs" (tal como o Pratt) a sua característica de humor. E sabe-se que no humor o timing é a chave. E isso o Rudd sabe-la toda. Também o Michael Peña esteve impecável. Teve dos melhores momentos do filme.

É um filme pipoca, que entretém, mesmo que não vá ficar na memória ou história do cinema. 
No que respeita o encolhimento, nenhum se aproxima da obra-prima que foi The Incredible Shrinking Man

quarta-feira, 15 de julho de 2015

TED 2 (2015)


Era uma vez um casal. Esse casal, aparentemente da classe média, decide procriar. Dão à luz um filho. E é filho único. Que os filhos únicos são uns mimados de merda, habituadinhos a ter tudo o que querem, isso não é novidade. Crescem a ouvir a malograda expressão "ai o meu rico filho". O puto vai crescendo e vai-se educando. Ora, parte dessa educação vem dos pais. Mas também sabemos que grande parte vem da escola (e não me refiro aos professores), sociedade, televisão e muita internet. Nascem a saber todos os comandos do windows. Se for preciso, mal ponham o cu fora do ventre da mãe e já têm uma conta no facebook, instagram e mais uma paneleirice de rede social.
Certo dia, o puto pergunta aos pais se pode ir ao cinema. A mamã, como superprotetora que é, diz que só vai ao cinema se for com ela. O puto retalia e diz que é só um filme de um ursinho de peluche que ganha vida. A mãe acha fofinho, mas mesmo assim faz questão de o acompanhar, até porque tem lá o Wahlberg pelo meio, e ela tem esperança que ele tire a camisola.
Chegam ao cinema, a mãe pede dois bilhetes para o Ted 2. O adolescente cheio de borbulhas que está ao balcão acha estranho, mas não devemos contrariar uma Milf. E o gajo lá lhe vende os bilhetes, sem fazer qualquer tipo de aviso, afinal trata-se de uma comédia para adultos. Sessão marcada para as 21 horas.

21:00 - Levam o pote de pipocas pago a peso de ouro, e à hora lá estão sentado na sala de cinema. Começa a publicidade. Anúncio atrás de anúncio.
21:15 - Começa o filme?? Nem por isso. Mais uma série de trailers daqueles filmes que fazem muito barulho.
21:25 - Começa o filme. As pipocas acabaram. Meia hora chegou para terminar com o pacote (metade foi para o chão).
21:35 Mãe obriga filho a levantar-se e vão os dois embora.

Serve esta história, parcialmente real, para colocar em causa a forma de educar desta mãe... ou então não. Quem sou eu para julgar quem quer que seja. Uma mãe que vai claramente ao engano pode ter de rever a sua forma de mostrar conteúdos "culturais" aos filhos. Ou se calhar não. 
Pessoalmente não vejo problema nenhum em que uma criança de 8/10 anos veja uma comédia como Ted. Provavelmente o puto não iria perceber metade das piadas mostradas no filme. Mas de certeza que iria gostar, pois o miúdo teria a noção que ali estaria uma espécie de fruto proibido. Com a idade do miúdo, eu via às escondidas o Porkys. E o Porkys, melhor ou pior, tem pelo menos mais mamas e o pipi e rabiosque da Kim Catrall. No entanto é "só" uma comédia. 
No caso desta mãe, o que ela fez foi estourar 20€ de um orçamento familiar. A Lusomundo ficou a rir-se, e o puto chegou a casa e foi sacar ou ver online mais uns quilos de pornografia. 

Ah, o filme em si é para aqueles que gostam do humor típico do Seth MacFarlane. Ponto negativo: não tem a Mila Kunis. Ponto positivo: tem a Amanda Seyfried.
E de destacar que a química entre o personagem do Wahlberg e o Ted é mil vezes maior que muitas duplas que por aí andam... E destaque para o Wahlberg, porque tem de contracenar com um personagem criado digitalmente.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

TOP JACKIE CHAN (Chan Kong-Sang)


Existem actores que definem géneros. Ora, o género de "filmes de porrada" é um género normalmente associado ao público masculino (tenho de ter cuidado com as generalizações). E é um género tão legítimo como um dramalhão qualquer.
Depois, dentro dos "filmes de porrada" há vários sub-géneros. Centro-me hoje nos filmes de arte-marciais. Creio que estamos de acordo, se eu afirmar que existe um antes e depois de Bruce Lee. Os anos 60 e início dos 70 foram dele. Um gajo oriental conseguir estabelecer-se como super-estrela em Hollywood e a nível mundial não é fácil. Acontece é que Bruce Lee partiu muito cedo com uma morte que ainda hoje dá que falar. Partiu cedo mas deixou um legado difícil de repetir ou igualar. 
Ora, muitos actores e cineastas tentaram repetir o que Bruce Lee tinha conquistado. Os actores adoptavam nomes semelhantes, estilos parecidos, filmes com títulos quase iguais. O kung-fu entrou num vazio de substância. NENHUM chegou sequer aos calcanhares do que o Big-Boss tinha conseguido. 
Ora, nos anos 70 um jovem natural de Hong Kong começou uma carreira assim. Chan Kong-Sang começou como duplo de filmes de artes marciais, incluindo filmes do próprio Bruce Lee.  Depois da morte de Bruce Lee, produtores asiáticos tentaram fazer dele o novo Bruce Lee. Não conseguiram. Até que Chan Kong-Sang toma uma atitude. Vira tudo do avesso e tenta algo diferente. Mudou o nome para Jackie Chan e adoptou um estilo completamente diferente de Lee. Fã de Buster Keaton, Chan introduziu a comédia nos seus filmes, nas suas coreografias. Jackie Chan é conhecido ainda hoje por ser o mestre a utilizar todo o tipo de objectos nas coreografias que cria. E o que é certo é que isso pegou. O ano de 1978 foi o da mudança. Nesse ano Jackie Chan entra no mapa do cinema asiático com dois mega-êxitos (Drunken Master e Snake in the Eagle's Shadow). A partir daí é o que se sabe. Conseguiu ao longo de quase 40 anos de carreira, com mais de 100 filmes no CV o estrelato que merece. É talvez o actor mais adorado a nível mundial. 

A minha relação (salvo seja) com Jackie Chan já é longa. Num tempo antes do tempo, a RTP 2 tinha uma rubrica que era o "5 Noites 5 Filmes". Ou seja, num tempo em que a televisão portuguesa passava filmes a horas decentes, cada semana representava um tema. Nessa semana o tema era "Jackie Chan". E só filmes do início de carreira do actor. Ora, foi o suficiente para ficar fã. Eu era um puto tímido, via muitos filmes repetidos. Adorava, como qualquer miúdo com um brinquedo novo, ver vezes sem conta os mesmos filmes. Nessa semana preparei algumas cassetes de vídeo virgens para gravar os filmes. Depois lá vinha o ritual de arrancar a palheta da cassete como que a proteger futuras cópias por cima das gravações (nada que um bocado de fita-cola não resolvesse). Colocar o autocolante com o títulos e arquivar na prateleira. Se algum puto de 15 anos estiver a ler isto deve pensar que estou a falar em código.
Infelizmente hoje em dia essas cassetes devem estar perdidas. Nem me recordo bem quais eram os filmes. Eram umas dobragens em inglês meio suspeitas. Ora, eu não aprecio dobragens. Só consigo aceitar uma dobragem se for para a nossa língua, senão não faz sentido. Ou seja, tenho a dobragem e legendas... Não funciona. 
Isto tudo para dizer que foi a partir daí que me tornei fã. Hoje em dia é fácil (mais ou menos) conseguir ver toda a filmografia do actor. Não sou de coleccionar coisas mas há um objectivo que pretendo atingir um dia: completar a colecção (seja em DVD ou Bluray) de Jackie Chan. Ainda falta muito, mas já lá estão uns 30/40 filmes. 

Por isso, em tantos filmes seleccionei 14 filmes. São os filmes que aconselho a quem nunca viu um filme do actor. Mesmo assim, deixei muitos de fora.
Notas: ordem cronológica; títulos em inglês e português (alguns filmes têm vários títulos, mas só escolhi o que conheço).

- DRUNKEN MASTER (1978) - O Grande Mestre dos Lutadores


- SNAKE IN THE EAGLE'S SHADOW (1978) -  O Grande Combate


- DRAGON LORD (1982) - O Dragão Invencível Ataca


- PROJECT A (1983) - Os Piratas dos Mares da China


- POLICE STORY (1985) - O Incorruptível


- ARMOUR OF GOD (1986) - O Guerreiro de Deus


- MIRACLES (1989) -  A Rosa da Sorte


- POLICE STORY 3: SUPERCOP (1992) - Supercop, A Fúria do Relâmpago


- LEGEND OF THE DRUNKEN MASTER (1994) - O Mestre Invencível


- RUMBLE IN THE BRONX (1995) - Jackie Chan nas Ruas de Nova Iorque


- RUSH HOUR (1998) - Hora de Ponta


- NEW POLICE STORY (2006) - Polícia em Fúria


- THE FORBIDDEN KINGDOM (2008) - O Reino Proibido


- SHINJUKU INCIDENT (2009)



terça-feira, 7 de julho de 2015

INSIDIOUS: CHAPTER 3 (2015)


Filmes de terror norte-americanos com qualidade, daqueles mainstream, são escassos no panorama actual. É tudo mais do mesmo. Feitos para agradar a putos com uns "jump-scares" e nada mais. O pessoal vê isso e no final acabou-se. Não há mais nada. Não se fica com aquele arrepio na espinha durante um dia inteiro. Não perdemos o sono por causa do filme de terror.
Ora para mim, um filme de terror tem de ter um pouco mais. Atenção que eu vejo esses filmes maus todos. O TERROR é um género que me agrada. Seja ele mais slasher ou mais "psicológico" (falta-me uma melhor palavra).
Mas aqueles que me ficam na memória, aqueles que eu considero de excelência, são os filmes que me tiram o sono com medo de um pesadelo. São aqueles que me fazem levantar os pelos da nuca ao longo do filme. Não com um susto em particular, mas com o ambiente que alguns filmes conseguem criar. Vemos o Exorcista e não apanhamos nenhum susto durante o filme, mas conseguimos "borrar" as cuecas com o ambiente criado. (O "borrar" foi em sentido metafórico). Isso sim é terror em estado puro.
Bem, isto tudo porque saiu este ano mais um capítulo dos filmes INSIDIOUS
O primeiro, confesso que caiu de para-quedas. Esperava mais um filme de possessões de casas/crianças. No entanto, dentro do género é um dos meus preferidos deste século. Apanhei valentes cagaços. Como o filme teve um relativo sucesso, claro que sequelas não se fizeram esperar. O dois é mais do mesmo, mas em menos bom! 


E como as prequelas estão na moda, eis que o Chapter 3 é uma prequela. Se bem que não existam muitos pontos comuns com os filmes anteriores. Aliás, apenas serve de prequela para apresentar a personagem Elise e como formou a equipa de "exorcistas" com os dois nerds. 
O bom destes filmes, e uma das coisas que tem feito funcionar é o elenco. Quando se tem bons atores, uma história muitas vezes vista antes acaba por se realçar. Seja o pai viúvo, a miúda perseguida pelo demónio ou os "exorcistas".
Depois acaba por fazer uso eficaz do som e banda-sonora.


Claro que o filme sofre de ser mais do mesmo. Mas se ficarem por aqui, ficam muito bem. Ou seja, ficamos com uma trilogia que começou em grande, mas que manteve um nível médio nos outros dois, não indo para a mediocridade, como muitos filmes e sagas de terror (allo Paranormal Activity).