Houve uma altura, em meados da primeira década do século XXI, em que havia uma moda de refazer clássicos do terror e dos slashers: Halloween, Nightmare on Elm Street, Friday the 13th, The Last House on the Left, I Spit On Your Grave, Black Christmas, Bloody Valentine, etc etc etc... Raramente saíram bem, e ainda menos são aqueles que se podem gabar de ser melhores que o original.
O confronto de hoje vai nessa linha: pegamos num clássico esquecido do Wes Craven e no seu respectivo remake.
Por isso, e sem mais demoras.
- A HISTÓRIA
Sobre a história não há muito para confrontar. Seguem ambos os filmes exactamente a mesma história. Família tem acidente no meio do nada das estradas desérticas dos EUA, e depois é atacada por umas pessoas "esquisitas". Então que diferenças há? Bem, logo no genérico (e mesmo antes deste) do remake é dado o contexto em que acontecem os ataques e quem são os vilões, que não são mais do que pessoas deformadas, meio canibais que ficaram afectadas com uns testes nucleares.
Uma coisa que gostei em ambos foi mesmo o grupo de vítimas. Num filme normal deste género, íamos buscar um grupo de teenagers todos bonzões e sedentos de sexo. Aqui não há disso. Há antes uma família em que 3 gerações são representadas. Além dos cães de estimação. Vão ser estas pessoas que se vão ver em trabalhos com os maus.
Outra coisa que joga a favor é o facto de não termos ideia de quem será o salvador ou mesmo se alguém se vai salvar. Não há destaque para nenhum, o que faz com que nos importemos com cada cena, pois fica imprevisível saber quem se safa.
Bem, no que respeita a história, terei de dar uma ligeira vantagem ao remake, apenas porque acho que foi melhor desenvolvida.
- O ELENCO
Sobre os actores, aqui não tenho grandes dúvidas, o remake leva a melhor. O elenco do original tem uma vibe muito dos anos 70, enquanto no remake, todos eles são bons actores, e tem um feeling mais intemporal. Ponto para o remake, mesmo que os diálogos sejam muito parecidos.
- EFEITOS ESPECIAIS
No remake houve a opção de tornar os maus deformados e para isso usaram muita caracterização. No original, apenas um dos maus é, aparentemente, deformado. E logo esse não tem caracterização nenhuma. O homem é mesmo assim.
Como neste aspecto os filmes estão separados por 40 anos, não posso dar vantagem a ninguém.
- CONCLUSÃO
No geral gosto muito de ambos os filmes. Conseguem prender-me do início ao fim. Os filmes vão claramente beber inspiração ao Massacre no Texas. E isso é sempre bom. São filmes onde não existe um happy-ending.
Podemos questionar se fazer um remake é algo necessário. E o que acontece aqui é aquilo que se deve ou pode fazer num remake: levaram mais além o que Craven tinha feito nos anos 70. O original acaba por ser mais datado. Por outras palavras, trata-se de uma modernização ou recriação do original. Ainda por cima feito de forma que homenageia bem a fita.
PS: Epa, adoro o filho da mãe do título.