quinta-feira, 6 de junho de 2019

THE HILLS HAVE EYES (1977 vs 2006)


Houve uma altura, em meados da primeira década do século XXI, em que havia uma moda de refazer clássicos do terror e dos slashers: Halloween, Nightmare on Elm Street, Friday the 13th, The Last House on the Left, I Spit On Your Grave, Black Christmas, Bloody Valentine, etc etc etc... Raramente saíram bem, e ainda menos são aqueles que se podem gabar de ser melhores que o original.
O confronto de hoje vai nessa linha: pegamos num clássico esquecido do Wes Craven e no seu respectivo remake.
Por isso, e sem mais demoras.

- A HISTÓRIA

Sobre a história não há muito para confrontar. Seguem ambos os filmes exactamente a mesma história. Família tem acidente no meio do nada das estradas desérticas dos EUA, e depois é atacada por umas pessoas "esquisitas". Então que diferenças há? Bem, logo no genérico (e mesmo antes deste) do remake é dado o contexto em que acontecem os ataques e quem são os vilões, que não são mais do que pessoas deformadas, meio canibais que ficaram afectadas com uns testes nucleares. 
Uma coisa que gostei em ambos foi mesmo o grupo de vítimas. Num filme normal deste género, íamos buscar um grupo de teenagers todos bonzões e sedentos de sexo. Aqui não há disso. Há antes uma família em que 3 gerações são representadas. Além dos cães de estimação. Vão ser estas pessoas que se vão ver em trabalhos com os maus.
Outra coisa que joga a favor é o facto de não termos ideia de quem será o salvador ou mesmo se alguém se vai salvar. Não há destaque para nenhum, o que faz com que nos importemos com cada cena, pois fica imprevisível saber quem se safa.

Bem, no que respeita a história, terei de dar uma ligeira vantagem ao remake, apenas porque acho que foi melhor desenvolvida.


- O ELENCO

Sobre os actores, aqui não tenho grandes dúvidas, o remake leva a melhor. O elenco do original tem uma vibe muito dos anos 70, enquanto no remake, todos eles são bons actores, e tem um feeling mais intemporal. Ponto para o remake, mesmo que os diálogos sejam muito parecidos.

- EFEITOS ESPECIAIS

No remake houve a opção de tornar os maus deformados e para isso usaram muita caracterização. No original, apenas um dos maus é, aparentemente, deformado. E logo esse não tem caracterização nenhuma. O homem é mesmo assim.
Como neste aspecto os filmes estão separados por 40 anos, não posso dar vantagem a ninguém.


- CONCLUSÃO

No geral gosto muito de ambos os filmes. Conseguem prender-me do início ao fim. Os filmes vão claramente beber inspiração ao Massacre no Texas. E isso é sempre bom. São filmes onde não existe um happy-ending.
Podemos questionar se fazer um remake é algo necessário. E o que acontece aqui é aquilo que se deve ou pode fazer num remake: levaram mais além o que Craven tinha feito nos anos 70. O original acaba por ser mais datado. Por outras palavras, trata-se de uma modernização ou recriação do original. Ainda por cima feito de forma que homenageia bem a fita.

PS: Epa, adoro o filho da mãe do título.