terça-feira, 13 de dezembro de 2016

HOME ALONE (1990)


Ah, o Natal. Essa época festiva cheia de harmonia, solidariedade, bacalhau (ou peru), prendas, músicas de Natal, e filmes de Natal. Sobre a solidariedade, já se sabe que durante 11 meses do ano não sabemos o que isso significa. Mas chega o Natal e é ver todas as iniciativas. Sobre as músicas de Natal, parece que este ano todas se resumem ao "All I want for Christmas is you" da Mariah Carey, mesmo que esta já tenha mais de 20 anos. Depois existe a puta da Popota, para nos lembrar que o que interessa no Natal são as prendas, sejas tu gordo ou magro.
Mas o Natal não são só coisas más. Também temos (ainda) o Natal dos Hospitais.... Não... Estou a gozar. Aquilo é só deprimente. Ver um público, que já não bastava estar com os pés para a cova e ainda tem de gramar com música pimba o dia todo. Aquilo é para quê? Mostrar o caminho da luz? Ver se morrem mais depressa? 
Gosto do Natal, se excluir a Mariah Carey, a Popota, o Natal dos Hospitais, as prendas. De resto sou o mais natalício de todos. Gosto das verdadeiras músicas de Natal (White Christmas, Little Drummer Boy, A Todos Um Bom Natal...). Gosto de ver a casa decorada com o pinheiro e outros objectos do mais kitsch que existe. Esta é a única altura em que o vermelho fica bem vestido, mesmo que seja nos barretes de pai natal comprados nas lojas chinesas. Gosto do ambiente de convívio, jantares de natal e de família. E gosto de filmes de Natal.


Da mesma maneira que gosto de ver filmes de terror por altura do Halloween, em Dezembro gosto de filmes natalícios. E se há tradição que tenho conseguido cumprir todos os anos desde o início dos anos 90, essa tradição é a de ver o Sozinho em Casa (1 ou o 2 - às vezes ambos). Este ano não foi excepção. Pode não ser no dia ou na consoada, pois há mais azáfama nessa altura. Mas em Dezembro é certo e sabido que tenho de arranjar 90 minutos para ver as aventuras de Kevin e dos dois ladrões. 
O filme já toda a gente conhece a história. Família deixa puto sozinho em casa. Puto tem que defender a casa dos ladrões. Mas não é a história que torna este filme intemporal. Pois, porque o filme está cheio de incongruências e coisas que nunca aconteceriam na vida real. Então, temos uma casa com umas 20 pessoas e todas elas adormecem antes de ir de viagem? Isso não importa nada. O que John Hughes (na escrita) e o Chris Columbus (na realização) queriam era criar uma história divertida. E foi isso que conseguiram. A certa altura parece mesmo um cartoon, tais as armadilhas que o Kevin inventa em sua casa. 
Coisas a reter sobre o filme: Macalay Culkin. Não deve ser fácil um puto de 8 anos levar um filme às costas, e ele consegue-o. Claro que ele conta com o carisma do Joe Pesci e Daniel Stern (os ladrões). Bem vistas as coisas, o puto era do mais macabro que há. Já que vivemos numa época de remakes/reboots, eu faria um filme actual passado com ele, passados 30 anos, onde ele se tornaria um verdadeiro psicopata. Já estou a ver o título "Home Alone 3: the American Psycho" (Hollywood, esta ideia é de graça para vocês). 
Depois temos guardado na nossa memória todas as tentativas do Joe Pesci para não dizer asneiras cada vez que se magoa no filme. Já o conhecemos de papeis no Raging Bull, Goodfellas, Once Upon a Time in America. Todos papeis de filmes adultos, onde a linguagem não era barreira, pelo que vê-lo aqui, num filme de família a grunhir palavrões sem os realmente dizer, isso é hilariante.


Para mim este filme acaba por ser o pináculo desse género que é o "filme de Natal". Sempre que o vejo, sei que é um bom momento, e que me vai deixar um sorriso na cara. Daqui a 1 ano sei que o vou rever, e daqui a 2, a 3, a 10 e por aí em diante.

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