terça-feira, 29 de dezembro de 2015

CREED (2015)


Finalmente.... vamos já esclarecer uma coisa: sou gajo, tenho 33 anos, seguro da minha sexualidade, e sem medo de mostrar sentimentos.
E porque começo com esta nota introdutória? Porque este Creed conseguiu a proeza de me fazer soltar uma lagrimita. Não chorei baba e ranho, mas comoveu-me de tal maneira que é impossível ficar indiferente. A menos que vocês tenham estrume na cabeça e uma pedra no lugar do coração.
Depois, não caiam na asneira de apelidar este filme de "Rocky 7". Este filme não é sobre o Rocky Balboa, mas sim sobre Creed (e claro que do Balboa).
Quem acompanha aqui o estaminé deste vosso escriba sabe que sou seguidor de tudo o que o nosso tio Sly faz no cinema. E se acompanham a carreira do gajo sabem que Rocky Balboa é uma espécie de alter-ego de Sylvester Stallone.
Ora, o Stallone foi um tipo que começou do nada. Escreveu um filme (Rocky) num fim-de-semana, vendeu os direitos desse guião a uma produtora com a condição de ser ele a protagonizar o filme. Deram-lhe essa oportunidade e foi um estrondo. Torna-se numa das maiores estrelas de Hollywood. A certa altura da carreira anda meio perdido, com algumas opções duvidosas na escolha de filmes. Envelhece e tenta mostrar que ainda anda por cá. Faz uns filmes em que mostra que realmente é bom actor. Esta é a história do Stallone em poucas linhas. A história de Rocky não é muito diferente. Balboa é um zé-ninguém mas que gosta de lutar. Dão-lhe a oportunidade de lutar com o campeão do mundo. Depois do combate torna-se numa super-estrela. A certa altura da carreira anda meio perdido, com algumas opções duvidosas. Envelhece e tenta mostrar que ainda anda por cá. Consegue-o.


Creed não é mais que o recomeço e fim de uma saga. Uma espécie de "passar de testemunho" a uma nova geração.
Adonis Creed é o filho ilegítimo de Apollo Creed. Tenta construir uma carreira no boxe sem nunca usar o nome do pai. Vai ter com Rocky para o ajudar. Rocky está numa fase de vida em que espera pela morte, sem querer juntar ninguém. Ainda assim aceita ajudar o jovem. Têm uma espécie de relação semelhante à que Rocky tinha com Mickey. O resto é mais ou menos previsível. 
Mas aqui a previsibilidade não conta para nada. O que realmente interessa é a forma como as coisas são feitas. 
Ora vejamos: 
- o aspecto visual do filme está impecável. A cena do primeiro combate a sério do Adonis filmada num aparente único take vai para a lista de melhores cenas. Não percebo muito de técnica, mas acredito que não seja fácil conseguir uma cena perfeita, tão longa, com a câmara quase sempre em rotação. A caracterização do Rocky depois de adoecer. 

Sim, o filme tem os mesmo ingredientes do primeiro Rocky. Mas isso é mau? Claro que não. Aqui foi feita uma espécie de update aos tempos modernos. Não era fácil conseguir, mas tudo pareceu extremamente natural. Nada foi forçado para agradar a todos. 

Por tudo isto e mais alguma coisa, ide lá ver o filme. Só por preconceito se pode dizer logo à partida que o filme vai ser uma merda, pois é o sétimo filme do Rocky. Só por preconceito se pode dizer que não se vai ver o filme porque é só mais um filme de porrada do Stallone. Acreditem que não é.
Um dos melhores do ano.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

STAR WARS: THE FORCE AWAKENS (2015)

É POSSÍVEL QUE ESTEJA CARREGADINHO DE SPOILERS

Não contem com isenção, imparcialidade....


A minha relação com o universo Star Wars é estreita. Sou um fanático moderado. E o que é um "fanático moderado"? Não sou daqueles que colecciona tudo e mais alguma coisa dos filmes. Se o fosse, hoje estaria na falência, tal é a quantidade de merchandise existente. Somos bombardeados com material para todos os gostos. Aliás, os 20 minutos de publicidade antes do filme foi alusivo ao filme. Sou mais daqueles fanáticos dos filmes. Tenho um ou outro coleccionável, mas nada de especial. Não sou de mergulhar nas séries de televisão. Não gostei muito do Clone Wars, mas a Rebels é muito boa. Mas o meu interesse é mesmo a saga de filmes. E mesmo que as prequelas sejam o que são, eu gosto delas. O Episódio 3 é mesmo um grande filme. Carregadinhos de defeitos, é certo, nomeadamente no argumento. 


Ao longo destes últimos dois anos, a expectativa foi-se criando. Primeiro, ficamos aliviados quando soubemos que o Lucas não teria mão neste episódio. Eu sei que foi ele o criador deste universo, mas caramba, para muitos, ele também foi o destruidor. 
Mas quem se ousaria colocar à frente do leme deste novo episódio? Se já tínhamos ficado aliviados ao saber que não era Lucas, mais aliviados ficámos  quando noticiaram a chegada do "Messias", o JJ Abrams. 

Depois a Disney sabe o que faz. Tratou de manter em segredo tudo o que envolveria o filme. Começou por lançar um teaser, e a malta ficou doida. Parecia que vinha aí o melhor filme de todo o sempre. O pessoal salivava, tal cão de Pavlov, por mais. E de repente lançam o trailer oficial, que levou todos à loucura. 
Parecia que Star Wars estava verdadeiramente de volta. No último mês, antes da estreia, mais uns quantos trailers e spots de televisão como aperitivo. 
Na verdade, é preciso tirar o chapéu à produtora, pois conseguir manter este secretismo nos dias que correm não é fácil. 
Pessoalmente, tentei ignorar tudo o que dizia respeito ao filme. Vi apenas os trailers, mas tentei não ler artigos cheios de teorias e vídeos na net. E o que é certo é que não me envergonho de dizer que parecia uma daquelas pitas virgens (não sei se existem) antes de um concerto do Bieber (ou outro pedaço de esterco actual). Mas sim, aos 34 anos eu sentia-me como se tivesse 10.


O filme estreia e pumba, na mouche! O filme não é perfeito. Não é o melhor filme de todo o sempre, como parecia que ia ser. Tem os seus defeitos. Mas sabem de uma coisa? Os filmes mais antigos também têm defeitos. O que me faz ser completamente imparcial, é que me estou a cagar para os defeitos. Vi o filme com os olhos do mesmo puto que por volta do ano de 1990 descobriu o mundo de Star Wars. E devo dizer que me senti feliz naquelas mais de duas horas de filme. 
E uma das melhores coisas que posso dizer do filme é o seguinte: mal o filme acabou eu digo apenas "Mas o filme ainda agora começou". Eu queria mais. Quero saber mais do Kylo Ren, da Rey, do Finn ou do Poe Dameron

Despachando já as partes negativas:
- não percebi como é que a Rey e o Finn conseguiram dar luta quando lutavam com os sabres de luz contra o Kylo;
- cena muito conveniente quando Han Solo e Finn procuram a Rey, e ela está ali logo em frente a eles...
- não apreciei muito o aspecto do super-vilão Snoke.
E é só isto de negativo!

Positivo (tudo o resto):
- Filme completamente equilibrado. Temos doses de humor, acção, drama. Tudo em doses certas.
- Luke Skywalker: o gajo aparece meio minuto no final, não abre a boca, mas mesmo assim consegue ser uma espécie de McGuffin (se não sabem o que é, ide ao google). 

Elenco todo ele impecável: desde a Rey, que é muito expressiva e parece-me que possa sair daqui mais uma heroína para o futuro. Quero ver mais do Poe Dameron. O gajo parece ser daqueles "likable". O Finn é uma espécie de comic-relief mas com doses de action-hero. O Kylo Ren é o gajo das cebolas. Cheio de camadas. Um sucessor do Vader. E depois todos os outros vilões.


O pessoal antigo está lá bem. Gostei da forma como os introduziram, sem nunca parecer que foi só para agradar aos fãs antigos. Eles estão lá por uma razão.  Claro que neste filme, o destaque é o Han Solo. O gajo continua a ser o mesmo Solo de há 30 anos. O mesmo gajo que usa a lábia para se safar das encrencas em que se mete. A morte do gajo pelo próprio filho pode deixar em lágrimas algumas pessoas. A cena foi toda construída para esse desenlace, o que no final acaba por não ser uma grande surpresa, mas caramba, o final esperado e lógico, mas que mesmo assim não queríamos ver.

Claro que sentimos a nossa dose de nostalgia ao ver o filme, mas ao contrário de outros filmes, aqui faz tudo sentido.

Ah, o filme copia um pouco da história do primeiro filme. Uma arma mortal para destruir. Arranjam lá um defeito. Tem uma heroína que é semelhante a Luke. Mas isso a mim não me incomoda nadinha.

Bem, isto tudo para dizer, que ainda só vi o filme uma vez.... Muitas outras se vão juntar. 


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

TOP STALLONE

Então parece que o nosso tio Stallone tem novo filme e dizem as bocas que é uma das suas melhores interpretações. Ora, quem me conhece sabe que eu sou um adepto do Italian Stallion. Sou tão defensor do gajo, que até gosto do "Stop, Or My Mom Will Shoot!"
Os críticos odeiam-no porque sim... Os fãs adoram-no porque sim! Eu adoro porque sim. Porque vejo que há ali mais que uma action-star. Se bem que ser apenas action-star não é nada mau! Todos os gajos da minha geração cresceram a ver porrada com estas estrelas de acção. A rivalidade com o Schwarzenegger é mais que batida e reconhecida pelos dois. Eu sempre fui mais do team-Stallone, por achar que este é muito melhor actor que o Terminator
Bem, e com o Creed quase a estrear por terras lusas, cá vai o top dos tops. Os meus 15 filmes favoritos do Stallone (eu queria colocar mais, mas se assim fosse mais valia colocar quase toda a filmografia).

(Nota: ordem cronológica)

- ROCKY (1976), de John Avildsen


- NIGHTHAWKS (1981) - Os Falcões da Noite, de Bruce malmuth


- FIRST BLOOD (1982) - A Fúria do Herói, de Ted Kotcheff


- RAMBO: FIRST BLOOD PART II (1985) - Rambo II, de George Cosmatos


- ROCKY IV (1985), de Sylvester Stallone


- COBRA (1986) - Cobra, O Braço Forte da Lei, de George Cosmatos


- LOCK UP (1989) - Prisioneiro, de John Flynn


- TANGO & CASH (1989), de Andrey Konchalovskiy


- OSCAR (19191) - A Mala das Trapalhadas, de John Landis


- DEMOLITION MAN (1993) - O Homem Demolidor, de Marco Brambilla


- CLIFFHANGER (1993) - Assalto Infernal, de Renny Harlin


- ASSASSINS (1995) - Assassinos, de Richard Donner


- JUDGE DREDD (1995) - A Lei de Dredd, de Danny Cannon


- COP LAND (1997) - Zona Exclusiva, de James Mangold


- ROCKY BALBOA (2006), de Sylvester Stallone


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

THE GIFT (2015)

É POSSÍVEL QUE VENHA A ESCREVER ALGUM SPOILER


De vez em quando há filmes que vêm parar a nós sem sabermos bem como. Este foi um deles. E ainda bem que assim foi. E vi-o a pensar que iria ver uma coisa completamente diferente. Tinha visto o trailer e esperava um filme de suspense. 
De uma forma simples, história centra-se em 3 pessoas. Há um casal e um antigo colega de escola do marido que já não se viam desde a adolescência. Reencontram-se e restabelecem contacto. Acontece que esse antigo colega de escola é meio creepy. E pronto, estava preparado para um filmezinho, com alguns sustos. Não estava preparado de forma alguma para o que realmente é o filme.
Parece que este filme é uma aposta grande do Joel Edgerton. O gajo escreve, realiza e ainda faz o papel de Gordo, o tal colega meio estranho.
E se o Edgerton é impecável como Gordo, o Jason Bateman tem a sua melhor interpretação da carreira. Estamos habituados a vê-lo num registo mais cómico e aqui mantém o seu ar "friendly", mas que se calhar tem mais camadas (inserir metáfora das cebolas). 

Bem, o filme começa da forma mais esperada. Pensamos que estamos a ver um filme e de repente vira e começamos a repensar tudo o que tínhamos visto para trás. O twist a certa altura era esperado, mas apanha-nos como com um murro no estômago. E é esse "mal-estar" provocado que é cinco estrelas. Nunca estamos assim tão confortáveis na cadeira a ver o filme. 
Depois tem lá umas cenas que são impecavelmente bem filmadas. A cena do cão (quem viu vai saber qual é) é exemplo disso.
E o final? Foda-se.... é um daqueles finais que nos deixa de queixo caído. A vingança mais cruel que o Bateman poderia ter sofrido. Sim, porque o seu personagem se calhar tem algo a esconder. 

A sério, quem não viu, faça o favor a si próprio e vá a correr a "comprar" o filme. E se forem adolescentes, pensem duas vezes antes de ser uma espécie de bully. O preço a pagar pode ser caro!


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

TOP 15 CHRISTMAS MOVIES

Estamos a entrar em espírito natalício. A Primark vai passar a ser passagem obrigatória das pessoas. Os Wham voltam a estar na moda com o Last Christmas. Passamos a ser todos muito solidários, apesar de termos sido uns racistas durante o ano todo. Ao já tradicional Natal dos Hospitais, junta-se nas televisões portuguesas o Natal dos Bombeiros, dos centros de saúde, das carmelitas descalças, etc.
E é altura dos filmes natalícios. Natal sem o Sozinho em Casa na televisão não é Natal.
Por isso vou juntar às milhões de listas que aparecem na internet com mais uma lista dos meus preferidos filmes de Natal. Originalidade não é nenhuma. Nem nos filmes escolhidos. Mas a lista é minha, por isso sou eu que mando.
(Nota 1: a ordem é apenas alfabética;
Nota 2: não me apeteceu incluir alguns dramas de guerra. Não se enquadravam no espírito da época)

- BATMAN RETURNS (1992) - Batman Regressa, de Tim Burton


Batman sempre teve os melhores filmes de super-heróis...

- CHRISTMAS VACATION (1989) - Que Paródia de Natal, de Jeremiah Chechik


Das melhores sagas de comédia de todos os tempos.

- THE CHRONICLES OF NARNIA (2005) - As Crónicas de Nárnia, de Andrew Adamson


Melhor que os Harry Potters. A literatura juvenil foi muito bem adaptada neste primeiro filme.

- DIE HARD (1988) - Assalto ao Arranha-Céus, de John McTiernan


Qualquer top tem de ter este filme. Ver aqui a opinião do escriba.

- GREMLINS (1984) - O Pequeno Monstro, de Joe Dante


O animal mais fofo do cinema afinal não é real.

- THE HOLIDAY (2006) - O Amor Não Tira Férias, de Nancy Meyers


Porque Kate Winslet é uma senhora. E Jack Black nunca esteve tão bem como aqui. Um filme de gaja mas que gosto muito.

- HOME ALONE (1990) - Sozinho Em Casa, de Chris Columbus


O filme de Natal. Visto cerca de 1500 vezes e em todas me rio!

- HOW THE GRINCH STOLE THE CHRISTMAS (2000) - Grinch, de Ron Howard


Odiado por muitos, este filme marcou-me. Ainda hoje me lembro do dia em que o fui ver ao cinema no Casino da Figueira.

- IT'S A WONDERFUL LIFE (1946) - Do Céu Caiu Uma Estrela, de Frank Capra


Só há uns 5 anos é que vi o filme e entrou directamente para aqueles filmes de uma vida. James Stewart is the man.

- LETHAL WEAPON (1987) - Arma Mortífera, de Richard Donner


O melhor buddy-cop movie de sempre. Ver aqui a opinião do escriba.

- LOVE ACTUALLY (2003) - O Amor Acontece, de Richard Curtis


Richard Curtis é um óptimo contador de histórias.

- MIRACLE ON 34th STREET (1947) - De Ilusão Também Se Vive, de George Seaton


O filme que toda a criança deveria ver nesta época.

- PLANES, TRAINS & AUTOMOBILES (1987) - Antes Só Que Mal Acompanhado, de John Hughes


Steve Martin e John Candy numa das melhores comédias dos anos 80.

- RARE EXPORTS (2010), de Jalmari Helander


A época natalícia não seria a mesma sem uma boa matança.

- SCROOGED (1988) - SOS Fantasmas, de Richard Donner


Bill Murray na melhor adaptação do Conto de Natal. Tão bom!


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

KNOCK KNOCK (2015)


Então seus tarados? 90% das pessoas que viram este filme eram homens com sede de ver um quarentão num ménage com duas jovens roliças, sendentas de uma boa berlaitada.
Os outros 10% são as quarentonas que vêem no Keanu Reeves aquilo que os pançudos dos maridos não têm.
Contextualizando: o filme basicamente é isto. O Keanu é um homem de família. Feliz. Num fim de semana sem a mulher e filhos em casa, o senhor Keanu arma-se em bom samaritano e ajuda duas jovens que lhe aparecem à porta. Enrolam-se nessa noite. Na manhã seguinte, tudo muda. Parece que as duas jovens são duas jovens jeitosas, mas completamente chalupas. Fazem a vida negra ao homem, numa espécie de tortura física e mental.

Eli Roth está de volta. Depois de na semana passada ter feito a vida negra a um grupo de jovens na Amazónia (The Green Inferno), torna aqui a vida do Keanu num inferno. 

Dos leitores masculinos e heterossexuais, quantos não têm a fantasia de estar no forrobodó com duas "malucas", uma loura e outra morena? Pois, TODOS, né? O filme é mesmo para todos aqueles homens que pensam em "mijar fora do penico". Pois, se as mocinhas conseguiram dar a volta a um homem que parecia ser 100% fiel, não deveria ser complicado dar a volta àqueles mais "ingénuos". 

O filme é mesmo aquilo que se pode esperar com esta premissa. No entanto, mais uma vez, o Eli Roth teve medo de arriscar, de chocar mais. No entanto o final é tão parvo que acaba por ser perfeito, numa daquelas ironias da vida, que é o reflexo desta vida ligada por redes sociais. 

Resumidamente, vê-se bem, mas falta o elemento de choque, dar o passo seguinte. Mas também não é um filme que ofende ninguém.

(Nota final: o título português bem poderia ser "Truz Truz")

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

THE GREEN INFERNO (2015)


Eli Roth é um gajo "doente". Um gajo que gajo que tem uma mente alucinada. Basta ver a sua filmografia (apenas dos filmes realizados) e vemos Hostel, Cabin Fever e um segmento do do filme do Tarantino dos Inglorious Basterds. Sangue e mais sangue. Sem um pingo do terror (aquilo que nos faz medo). O gajo está ali para mostrar uns tipos a serem mortos, e com sangue, muito sangue.
(Nota à parte: o seu nível de demência é muito diferente do tipo do Human Centipede. O Tom Six é mesmo apenas doente e acho que deveria ser acompanhado por uma equipa de psiquiatras.)

Mas eu sou fã (ou um mero seguidor) do Eli Roth. Gosto daquilo. Porque nos faz puxar pelo nosso nível de psicopata, mas só até a um nível "aceitável".

Por gostar dos filmes do gajo, estava ansioso pela chegada deste novo filme, o The Green Inferno.

A história é básica: um grupo de activistas segue num avião. Avião despenha-se no meio da Amazónia. Grupo de activistas serve de refeição a grupo de canibais.
A melhor maneira de definir este filme é necessária apenas uma frase: é o Cannibal Holocaust (CH) para meninos betinhos. Aliás, apenas os comparo por terem uma premissa semelhante.
Tudo o que o CH teve a mais, este teve a menos.
O gajo teve aqui uma oportunidade de poder ser polémico, de chocar as mentes de meninas virgens em busca de sensações. O que é que ele conseguiu? Pouco mais que uma cena interessante.  Ver um dos tipos servir de banquete a um grupo de canibais. A cena em que uma miúda canibal pega numa perna do moço e com um sorriso na cara vai-se embora vai para as melhores cenas do ano. Mas é só isso que este filme tem para oferecer.

Os actores são péssimos. Aliás, já vi filmes "homemade" no youporn com melhores desempenhos.
As melhores performances vão para os canibais. Segundo consta, trata-se mesmo de uma tribo da Amazónia. O look do filme é também bom com umas caracterizações medonhas.

Resumindo, o pior filme do Roth, quando tinha tudo para ser o melhor.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

SPECTRE (2015)


24 filmes e 6 actores depois, a saga de James Bond continua fresca. Claro que há filmes merdosos lá pelo meio. O Roger Moore tem uns quantos. O Pierce Brosnan fez uma rasia quase completa. Tirando o excelente Goldeneye, todos os outros são uma bosta. É preferível levar com um barrote nos cornos do que rever aquele que tem a Halle Berry.
Não sou daqueles que tem um Bond preferido. Em 50 anos não podemos comparar o Dr. No com o Skyfall. Épocas diferentes. Estilos diferentes. Preocupações diferentes.
Claro que gosto de Sir Sean Connery que trouxe o charme ao personagem. O George Lazenby trouxe aquele que é talvez o melhor filme da saga. O Timothy Dalton, com dois bons filmes, é o gajo que mais se aproxima daquilo que o Fleming escreveu. O Brosnan teve azar com os filmes, mas enquanto Bond também está bem. O Craig é o durão de serviço e o que vai contra tudo o que estávamos habituados com os outros. Começou ao melhor nível com o Casino Royal. Teve o acidente grave com o Quantum of Solace. E recuperou com o Skyfall.
Chegamos então a este Spectre.

O filme começa logo com uma cena espectacular. Não sei o termo técnico, mas é uma longa cena num só take. 
Sem querer revelar muito do filme, basicamente é um gajo que quer acabar com o MI6, criando uma agência universal. Ao mesmo tempo que é "criada" a famosa agência de vilões, usada em muitos outros filmes da saga: a Spectre

Coisas a apontar sobre o filme:

- É demasiado longo e vai acabar por ser mais "esquecível" que por exemplo o Skyfall.
- Gosto deste Q. Não é o velho dos filmes antigos. É um puto com ar de nerd. E com ele trouxe os momentos mais bem humorados do filme. E andou aquele gajo a matar meninas virgens no Perfume.
- Sou daqueles que acha que quando temos actores do calibre do Christoph Walz, então temos de fazer uso dele. Foi pouco aproveitado. Se bem que, e sejamos sinceros, o tipo de vilão dele é sempre o mesmo. O registo já o conhecemos. Culto e com o dom da eloquência. Mas gostamos e por isso deveria ter havido mais "Blofeld". Suponho que seja para utilizar em mais filmes do Bond.
- Finalmente temos um vilão secundário que é durão. Daqueles que só aparecem nos filmes do Bond. Lembram-se do gajo que atirava chapéus para matar, ou o tipo com dentes dourados. Dave Bautista é esse tipo de vilão. Durante o filme todo ele diz, literalmente, uma palavra. E é precisamente antes de morrer. Um seco "Shit". 


- Uma Bond girl que tem obrigatoriamente de ser para o olho. E quando aparece naquele vestido no comboio, um gajo fica abananado. Mais sensual que por exemplo a saída do mar da Halle Berry em biquíni. A Monica Bellucci está lá só para encher.

E basicamente é isto. Tem os seus defeitos. Quando estava no cinema, a certa altura estava sempre a olhar para o relógio, e isso não é bom. Mas é um filme que se vê muito bem.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

AVENGERS: AGE OF ULTRON (2015)


Como fazer a "crítica" mais curta e grossa de sempre a um filme:

Comecei a ver este filme cheio de esperanças (estou a gozar... o primeiro já tinha sido uma merda). Sou masoquista e lá dei hipóteses ao filme.
Comecei a ver, e 10 minutos depois estava a dormir.

PS: a cena de acção antes dos créditos está tão má a nível de efeitos especiais. Tudo soava a falso!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

PREDATOR (1987)


«If it bleeds, we can kill it

Alturas houve em que ter Schwarzenegger no cartaz era sinal de sucesso garantido. Alturas em que íamos ao cinema só para ver o actor. A prova disso é que filmes como Twins (Gémeos) ou Kindergarten Cop (Um Polícia no Jardim Escola) foram enormes sucessos de bilheteira. 
Apesar de Terminator preceder este Predator, foi este filme que foi a prova de que era uma mega-estrela de Hollywood
E que filmaço temos aqui. Senão vejamos: é um dos melhores filmes de ficção-científica, um dos melhores filmes de acção, um dos melhores filmes de terror/suspense. Isto tudo num só filme. Tanto faz em que género o queiram colocar, que temos um clássico destes géneros. 
Preconceitos à parte, é um filme macho. Tem lá uma gaja no meio, mas está lá só para não ser uma festa da mangueira a 100%.
Mas o que faz deste filme um clássico intemporal, que 30 anos depois de sair, continuemos a ver e a falar dele? Epa, muito. Há ali pouca coisa a falhar. Mesmo numa altura em que eu não era fã do velho tio Schwarzzie, este era o meu preferido.  Ora, numa destas manhãs em que só trabalhava à tarde, apanhei o filme no melhor canal de cinema da televisão portuguesa (o Canal Hollywood, para quem tem dúvidas). E talvez seja a melhor altura do dia para ver o filme. Há lá melhor acordar que ver um monstro a arrancar a espinha a militares? Ou para ver todas as one-liners do filme? 


«You're one ugly motherfucker!»

E o que é que eu gosto neste filme? Bem, quase tudo.

- Antes de mais a banda-sonora. Aqueles instrumentais no meio da selva.... ainda hoje dão arrepios. O tipo que compôs aqueles sons animados no Back to the Future, faz aqui algo completamente oposto. Mais subtil. Um espectáculo. 

- Quase todas as cenas são dignas de registo. Destaco apenas uma ou outra:
> a cena do helicóptero ao som do rock 'n roll;
> a primeira imagem de Schwarzenegger a fumar o seu charuto;
> a metralhadora do Blain (Jesse Ventura) capaz de trucidar árvores;
> a morte do Dillon (Carl Weathers) com o braço, que depois de arrancado, continua a segurar e disparar a arma que tinha na mão;
etc etc etc...

«I ain't got time to bleed!»


Depois há detalhes que ainda melhoram mais o filme:
> só vemos  realmente o monstro lá para meio do filme, numa cena em que se opera a si próprio. Até aí apenas tínhamos tido vislumbres da sua visão;
> o personagem Billy (Sonny Landham) é dos melhores do filme. Com uma morte digna de quase auto-sacrifício. De notar que apenas temos o som dele a gritar e não a cena em si.
> aquelas armadilhas todas que o Schwarzzie constrói são dignas de Rambo
> todos os personagens/ actores são carismáticos e chegamos a preocuparmo-nos com eles (até o tipo das anedotas secas).

Resumindo: o melhor filme do Schwarzzie. Vamos entretanto esquecer as sequelas/reboots/spinoffs/crossovers


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

THE VISIT (2015)


SPOILERS

Há uma música do José Cid que começa assim: "Há muito muito tempo, era eu uma criança...". Pois este texto bem poderia começar assim. Em finais do século passado, um filme caiu que nem um estrondo nos cinemas de todo o mundo. Um gajo, que nunca ninguém tinha ouvido falar realizava um filme que ficou nas bocas do mundo por uma razão específica. Os twists voltaram a ser cool. O Sexto Sentido fez com que M. Night Shyamalan fosse um realizador a ter em conta. Shyamalan era o gajo da moda. "O novo Spielberg" era mesmo o seu nick-name. E o que é certo é que ainda esteve na ribalta com o próximo filme, o Unbreakable. Para mim ainda manteve o factor X no Signs e um bocado no The Village. A partir daí parece que o gajo foi substituído por uma pessoa com o mesmo nome. É que os filmes são uma merda a partir desses. Talvez se tenha vendido ao mercado. Há quem diga que nem foi ele que realizou (na prática) o After Earth
Enfim, tudo isto para chegar a este novo projecto. Shyamalan agarrou nos trocos que ganhou a fazer esses filmes de merda e criou de raiz um filme mais pessoal. Foi buscar actores desconhecidos do grande público e fez uma história mais pessoal sem as influências dos grandes estúdios. 


A história é tão simples: dois irmãos vão visitar os avós que nunca tinham conhecido. Acontece que os avós são um pouco marados. E é isto. Claro que uma pessoa fica de pé atrás quando vê que o filme é em found-footage E sabemos que este estilo está actualmente em coma. Uma pessoa vê a merda que são todos os Paranormal Activity e fica com receio. Acontece que este The Visit é a prova que se pode fazer um filme neste estilo. Neste filme há uma razão específica para ser em found-footage. E temos a sensação que é mesmo a miúda que está a filmar. Não há banda-sonora a atrapalhar. Aquilo que se ouve é aquilo que se passa no filme.

SPOILERS
Voltando à história: dois irmãos vão visitar os avós. Durante a visita, a irmã quer filmar um documentário sobre essa visita. Quando conhecem os avós, estes têm apenas uma regra: uma espécie de recolher obrigatório às 21:30. Durante as noites coisas estranhas vão acontecendo. Os cotas desculpam-se com algum tipo de "disorder". Numa das noites, as coisas aquecem e os putos ficam com medo. Pedem à mãe para os ir buscar, quando durante a chamada por vídeo a mãe lhes diz que os velhos não são os avós. Quem serão aqueles psicopatas. Chegamos ao último acto, e quando parecia que as coisas poderiam ir para o sobrenatural (demónios na casa ou possuidores), eis que os velhos são mesmo só psicopatas e tentam matar os miúdos. Os putos safam-se. Fim de história.


Este filme é uma mistura de comédia com algum suspense. Em boa verdade nem sei em que género posso incluir o filme. Por um lado tem o miúdo que é uma espécie de comic-relief. E sejamos sinceros, o puto está impecável. Mas depois essa comédia é conjugada com o suspense que em tempos o Shyamalan nos habituou. 
O que temos aqui são 4 óptimos actores. E não é fácil pôr dois adolescentes a levar o filme às costas. Os velhos são mesmo "creepy". Muito bem filmado. História simples mas eficaz. 
Não será propriamente uma obra-prima, mas carago, para mim é caso para dizer: "Welcome back Mr Shyamalan".

terça-feira, 27 de outubro de 2015

BACK TO THE FUTURE (1985, 1989, 1990)


Sou um gajo que gosta de filmes no geral: bons, maus, clássicos, etc (sim, há maus filmes que eu gosto). Depois há filmes que vejo e revejo até à exaustão sem nunca me cansar. Ora, se ouvimos música vezes sem conta, porque não podemos fazer o mesmo com alguns filmes. Normalmente são filmes que fazem parte do meu crescimento enquanto "pessoa humana" (juro que já ouvi esta expressão) e que ajudaram a desenvolver o meu gosto cinéfilo (ou falta dele).
O Regresso ao Futuro é um deles. E para mim Regresso ao Futuro 1, 2 e 3 é apenas um filme. É daqueles casos que se vejo o 1, tenho de ver logo a seguir as sequelas (isso só acontece com Star Wars - a trilogia original).

Não existem filmes perfeitos. Ou será que existem? Porque para mim, com todos os defeitos que se possam apontar a esta trilogia, é um filme perfeito. Trata-se de um fenómeno cultural pouco visto. E espero que com a efeméride festejada na semana passada (21 de outubro de 2015) possa servir para as novas gerações verem aquele que é o exemplo do que deve ser um filme sobre viagens no tempo.

Senão vejamos:

- Back to the Future (1985): um cientista louco inventa uma máquina do tempo. Por acidente o amigo Marty vai para 1955 e tem de conseguir regressar ao presente sem destruir o universo. História muito simples não é? Claro que sim... Mas depois Marty tem "só" de conseguir fazer com que o seu pai se apaixone pela sua mãe, que por sua vez está interessada no próprio filho, tendo tempo ainda para dar umas guitarradas e inspirar Chuck Berry para criar o Johnny B Good.


Boom: mega sucesso, sendo o filme mais visto desse ano, fazendo de Michael J. Fox uma estrela maior do que já era.

- Back to the Future Part 2 (1989): aqui as coisas complicam-se a nível de enredo. A acção começa logo minutos depois de onde terminou o primeiro filme. O Doc chega do futuro e leva Marty e namorada ao futuro para resolver uns problemas que os futuros filhos terão. A situação em 2015 fica resolvida, mas Marty fez o que qualquer um de nós faria, e comprou o almanaque com resultados desportivos. O Biff do futuro apanha o livro, vai ao passado (1955) dar o almanaque ao Biff do passado. Como consequência, quando Marty e o Doc regressam a 1985, o presente está alterado. O que fazem? Vão ao passado (1955) repor as coisas de modo a que o presente volte ao normal anterior (que já tinha sido alterado no primeiro filme).


Este é mais complicado de acompanhar mas caramba, parece uma montanha-russa de divertimento.

- Back to the Future Part 3 (1990): volta-se às raízes. No final do segundo filme ficamos a saber que Doc está preso no passado (1885). O Marty vai ao passado para resgatar Doc. Voltamos à simplicidade e mantemos o divertimento, só que desta vez não há carros voadores mas índios e cowboys.


E porque razão esta trilogia é tão marcante, mítica, histórica?
A primeira razão é óbvia: porque o raio dos filmes são mesmo bons.
Claro que é estranho o melhor amigo de um puto do liceu ser um velho cientista. mas quem liga a isso? A química entre os dois está lá, e não conseguimos imaginar outros actores que não o Christopher Lloyd (o "velho só tinha 47 anos quando o primeiro filme saiu) e o Michael J. Fox.


O primeiro filme teve a grande vantagem de ter o Crispin Glover. Que papelão. Para mim o melhor desempenho do filme a entrar na categoria de papéis que adorava poder representar. Parece que o homem não era bom da cabeça e armou-se em vedeta. Resultado, saltou fora do segundo filme, e os argumentistas lá tiveram de arranjar um esquema de não contar com ele. Ou seja, o Biff matou-o. Ainda assim o Crispin ainda teve a lata de processar os estúdios por terem usado imagens dele do primeiro filme. Claro que isto é tudo coisas que se vão lendo e vendo em documentários. Se serão verdade, não sei! É o que se conta por aí.

Passemos à música, que é tão conhecida como os clássicos da Guerra das Estrelas ou Indiana Jones. Durante anos pensei que o John Williams estivesse por trás da banda-sonora, mas parece que não. Alan Silvestri foi o autor dessa maravilha, que de vez em quando lá trauteio. Não sendo tão conhecido (pelo menos de nome) como o John Williams, Danny Elfman ou Hans Zimmer, de certeza que todos reconhecem o seu trabalho, senão vejamos: Predator, Bodyguard, Forrest Gump, Cast Away, Avengers, Captain America, e mais dezenas e dezenas de blockbusters e alguns clássicos.

Depois temos três filmes tão iguais e tão diferentes, que atravessam várias épocas distintas (1885, 1955, 1985, alternate 1985, 2015).

Entretanto lá chegámos a 2015, e parece que não há carros voadores e hoverboards

(Texto para ir alterando ao longo do tempo: não é fácil escrever sobre um filme que se gosta tanto e que já foi tudo dito por tanta gente)