terça-feira, 21 de novembro de 2023

MAN ON FIRE (2004)


Tony Scott é visto por alguns (espero que em minoria) como o irmão menos bom dos Scotts. Andou um pouco à sombra do irmão Ridley... mas sejamos honestos, olhando para a filmografia de ambos, qual dos dois tem o conjunto de filmes mais "rewatchable"? 
Se o Ridley tem em Alien ou Gladiator os seus grandes trunfos (não sou fã de Blade Runner), o Tony Scott tem Top Gun, Beverly Hills Cop 2, Deja Vu, Crimson Tide, True Romance, Days of Thunder, The Last Boy Scout. (E sim, eu sei que o Ridley tem lá no CV o Black Hawks Down)
Mas de toda a filmografia do Tony Scott, o meu preferido é mesmo o Man On Fire. Que filmaço, que já vi tantas vezes que nem me lembro da primeira vez. A história do filme é muito simples: há uma miúda (Dakotta Fanning) que é raptada e morta (?) e o seu guarda-costas (Denzel Washington) parte numa vingança. 
E confesso que dá para ver este filme de ângulos diferentes, consoante a disposição, ou no meu caso, consoante a idade. 
Ora, quando era mais novo adorava toda a parte da vingança. O Denzel carrega um estilo e coolness que mais nenhum actor tem, e deleitava-me a vê-lo torturar bandidos. 
Depois fui crescendo, e agora que sou pai, era capaz de ver um filme inteiro só com as interações entre a miúda e seu guarda-costas. Estava sempre de sorriso na cara a ver a quantidade de doçura entre aqueles dois. Claro que o filme toma um twist (?) inesperado ao matar a miúda para depois repor a norma. Para no fim ficarmos de lágrima no olho.
Resumidamente é um filme de gajo com coração.  E é sempre bom vermos interpretações infantis que não são irritantes.. muito pelo contrário,  a miúda mostra uma maturidade pouco visto em actores da sua idade. 

sábado, 18 de novembro de 2023

CAST AWAY (2000)


Cast Away or the Tom Hanks' show

"O Náufrago" anda meio perdido na memória das pessoas, mas na minha opinião acaba por ser um dos últimos clássicos a sério do cinema. Ou seja, é daqueles que vai perdurar nos tempos e na história.  
Este Náufrago é daqueles que me lembro desde sempre,  desde daquela noite onde se ia ao cinema. E ir ao cinema acabava por ser um evento. Vestiamo-nos a rigor com a "roupa de domingo ". 
A primeira vez que tive conhecimento deste filme foi numa era em que ainda não usava internet. O que tinha para me actualizar era a revista Premiere e umas mini revistas que davam (sim, de graça) no Casino da Figueira com os filmes que estavam para estrear.  E foi numa dessas revistas (eu devia ter guardado essas réplicas) que vi uma foto do Tom Hanks em modo Robinson Crusoe. Chamou-me a atenção.  É certo, que no final do século passado eu ia ver tudo, ou quase tudo, ao cinema. Dependia sempre das finanças. E da escassa escolha de filme: duas salas no Casino mais uma outra no concelho não permitia que se  perdesse muito tempo a escolher. 
Sobre o filme, o que dizer que ainda não tenha sido dito? É um one-man show onde Hanks brilha. O filme nas mãos de outro realizador e outro protagonista, facilmente se poderia tornar uma seca de todo o tamanho. É que o filme tem 2h23m, e 80% deste tempo é Hanks sozinho numa ilha com uma bola de voleibol. E como não há um Oscar para actor inanimado para o Wilson? 
Depois,  entre tantas cenas marcantes existem algumas que se destacam: desde o próprio acidente de avião,  ao fazer fogo, pescar um peixe, as tentativas de sair num barco improvisado, etc. No entanto, há uma cena que se destaca pelo horror. Podem fazer milhares de filmes de terror cheio de gore, mas não há uma cena que me impressione mais que o Hanks a arrancar um dente com um patim. Até a mim me doeu. 
Resumidamente, este cai naquela catoria de filmes raros que não cansam, independentemente do número de vezes que se veja.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

EL DORADO (1966)

Breves considerações sobre um daqueles clássicos western.
Numa daquelas colaborações entre John Wayne e o realizador Howard Hawks, este El Dorado é uma espécie de remake não-assumido do Rio Bravo. Mas isso não interessa nada e não faz dele pior filme. 
Este faz parte daquele tipo de westerns mais bem dispostos, com humor, drama, pistolas, cavalos e paisagens. E o que Hawks faz aqui é conseguir ter um óptimo ritmo num filme longo.  E consegue-o com a ajuda de um elenco secundário de excelência com Robert Mitchum e um jovem James Caan a brilhar. 
Mais que os spaghetti, este é o meu tipo de western.