sexta-feira, 22 de novembro de 2019

HALLOWEEN 2 (2009)

EM DEFESA DE ROB ZOMBIE


Bem, não é que o Zombie precise que venha alguém defendê-lo, mas vamos lá revisitar Halloween 2
Depois da saga de Halloween ter sido morta por Busta Rhymes e companhia no Halloween Resurrection, alguém tinha de se chegar à frente para tentar reanimar ou ressuscitar uma saga que John Carpenter criou com mãos de mestre. Qualquer realizador que fosse escolhido, teria sempre que fazer algo especial. Calhou a Rob Zombie a missão de fazer um remake. E mais valia chamar-se Halloween Origins. Foi imensamente criticado nesse remake, nomeadamente por se focarem demasiado no Michael Myers enquanto garoto e a tentar explicar a razão por que se tornou na Shape (ou Boogeyman). Apesar das críticas, o filme fez dinheiro suficiente (até então seria o mais rentável da saga) para justificar uma sequela directa. 
Eis que, dois anos volvidos, chega esta sequela que me traz aqui hoje. E desde já me confesso: tinha gostado bastante do primeiro, e a primeira vez que vi este 2, odiei. Mas odiei mesmo. Era daqueles haters intragáveis. Com o tempo, aconteceu uma coisa estranha: o ódio foi-se transformando, e é hoje, para mim, o melhor filme da saga (se excluirmos o clássico de Carpenter).
É que o filme tem ali tantas coisas boas. 

Vá, se era para fazer um remake de um daqueles filmes que é considerado dos melhores de sempre no género, então que seja algo diferente. E não podem acusar o Zombie de copiar o Carpenter. Criou algo à sua imagem. Podemos não gostar, mas diferente. 
Ora para este segundo, elevou ainda mais a fasquia. 

SPOILERS

O início do filme é um piscar de olho ao Halloween 2 "original", que se passava todo num hospital. Aqui, esse início também é num hospital mas tudo não passou de um sonho. Não nos apercebemos logo que se trata de um sonho, mas vão sendo deixadas pistas, nomeadamente o facto de estar sempre a tocar a mesma música dos Moody Blues na televisão. E essa música torna essa cena ainda mais "creepy", pois é tão contrária ao que se está a passar. Ah, lá pelo meio anda a Octavia Spencer como enfermeira a ser morta pelo Myers. No fim a Laurie Strode acorda e fim de cena.

Falemos então da Laurie Strode. Pode ser uma heresia, mas eu prefiro esta versão da personagem do que versão da Jamie Lee Curtis. Está completamente traumatizada com os eventos do primeiro filme e isso nota-se. 

POSITIVO


- Laurie Strode (Scout Taylor-Compton): personagem muito mais interessante e desenvolvida que a Laurie do passado.

- Annie Bracket (Danielle Harris): a melhor amiga que atura os traumas de Laurie, e que tem das mortes mais dramáticas de todo o franchise. Ah, e foi tão bom ver o regresso da actriz à saga depois de ter sido a protagonista do 4 e 5.


- Sheriff Lee Bracket (Brad Douriff): quando vê a filha morta, essa cena dá cabo de mim. Uma espécie de murro no estômago.


- Michael Myers (Tyler Mane): percebo quem não goste desta versão do Michael, mas é refrescante ver algo completamente diferente. Vemos sem máscara durante grande parte do filme. Ele é uma espécie de vagabundo barbudo, que não tem problemas em matar um cão para se alimentar, mas cada vez que coloca a máscara, sabemos que vem aí chacina. E já agora, creio que deve ser o único filme onde o Michael fala e grunhe.
Myers


- O filme é muito visual, explícito, visceral. É capaz de nos deixar mal dispostos.

NEGATIVO

- Dr. Loomis (Malcolm McDowell): aqui é um completo idiota, que quer amealhar dinheiro à custa do sofrimento. Passa o filme em palestras e programas de televisão a vender o seu livro e a ser uma espécie de escumalha para todos.

- O raio do Cavalo Branco: eu sei que deve ser metáfora para muita coisa, mas não é preciso tanto. 

- E porque é que o Rob Zombie convoca sempre a mulher para os seus filmes? Ela já tinha morrido no primeiro. Então agora aparece em inúmeras visões do Myers e da Laurie???? Para quê?

- A quantidade absurda de "fuck" e "fucking" que é dita ao longo do filme. 

Acabo com este ponto negativo, mas tenho de dizer em bom português: este filme é "fucking awesome".