terça-feira, 14 de junho de 2016

THE NIGHT OF THE HUNTER (1955)


Em minha casa tenho uma colecção de filmes em DVD e Bluray. Gosto de os ter organizados e de vez em quando lá vou reorganizá-los. Claro que o maior problema é mesmo o espaço. E em casa de família, já se sabe que a mulher tem direito a todo o espaço possível, resumindo o espaço do marido a 3 gavetas para a roupa e uma divisão. Normalmente um escritório de 2 metros quadrados. Num destes dias, ando a percorrer os filmes que ainda não vi e que tenho lá por casa. Porque isso acontece. Há uma boa centena de filmes comprados e/ou oferecidos que ainda não lhes pus a vista em cima. Foi assim que cheguei a este The Night of the Hunter (título muito bem "traduzido" para A Sombra do Caçador). Por alguma razão que a própria razão desconhece, ainda não tinha visto este filme. Numa destas tardes, e como estava sozinho em casa, decidi pegar no filme. A mulher não me acompanha nestes filmes clássicos ou "antigos". Sofá só para mim, ambiente mais escuro, filme no leitor, cerveja numa mão, a outra por baixo das calças.  Ambiente criado. Play. 


O filme começa com umas crianças que encontram uma mulher morta. Logo depois somos confrontados com o vilão, uma espécie de pastor que está a falar com Deus.
Vou começar pelas partes negativas do filme. Hummm..... Deixem-me só pensar.... Continuo a pensar....... Não tem. E se tem, eu não me lembro. O filme só não tem 100% no Rotten Tomatoes, porque houve um palhaço qualquer da revista Variety que não gostou. 
Ora, isto acaba por ser um filme de terror no mais puro dos sentidos da palavra. Um homem, aparentemente simpático e querido para as pessoas introduz-se numa família, tudo para poder roubar um dinheiro que estava escondido. 
(Numa primeira leitura, este filme faz lembrar o Shadow of a Doubt do Hitchcock).
O poder deste filme está no facto de estarmos na maioria do filme na perspectiva das crianças a quem o homem quer roubar o dinheiro. 
Depois tem cenas que são do mais assustador sem o ser. Ou seja, cenas calmas e, aparentemente, sem sustos, dão-nos uns calafrios. Seja no monólogo do vilão do love/hate, seja na cena do rio, entre tantas outras. 
E o vilão!!!!! Robert Mitchum consegue ser terrífico como um segundo depois é do mais charmoso. Muitas vezes queixamo-nos que os vilões são unidimensionais. Aqui é o oposto. Um personagem com 3 ou mais dimensões. Carrega com o filme às costas.
Depois é preciso referir a fotografia deste filme. Um filme de 1955 que é capaz de meter inveja a muita coisa que sai agora. O Charles Laughton bebeu toda a inspiração no Expressionismo alemão dos anos 20. Um espectáculo. 


Para concluir, só tenho pena de ter descoberto este filme agora. Eu sei que mais vale tarde que nunca, mas entra já para os grandes filmes do cinema segundo aqui o escriba. Por isso, se não viram, corram a ver o filme. Deixem lá os filmes de terror de agora em pausa e deliciem-se com o que de bom já se fez por terras do tio Sam.



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