quinta-feira, 2 de junho de 2016

UNFRIENDED (2015)


Parece que lá para os lados do Tio Sam, ainda vão tendo ideias (mais ou menos) originais para filmes de terror. Quando digo "originais" refiro-me ao facto de não se basear em filmes que já existem, uma vez que estamos na era dos reboots, remakes, sequelas, prequelas, etc. E assim vão fazendo uns filmezinhos jeitosos neste género. Claro que a merda que sai supera-se ao que de bom/mediano vai saindo. Uma pessoa só tem de saber escolher. Por vezes é um trailer que vemos que nos chama a atenção. Outras vezes pode ser por sugestão de alguém. E foi assim que cheguei a este Unfriended. Um filme feito quase de graça (nos padrões de Hollywood), num género quase gasto, que é o found-footage
O filme basicamente é todo ele visto na perspectiva do ecrã de computador de uma teenager. O que à primeira vista vai afastar muita gente de ver o filme (afinal quem é que quer ver o que uma miúda tem de interessante para fazer num computador), é aquilo que torna o espectador num voyeur. Tem ali tudo: uma conta de facebook, messenger, lista de músicas (a minha ignorância não permite distinguir iTunes do spotify ou outro qualquer), etc. E é giro de ver que vamos conhecendo muito da cachopa, nem que seja pela escolha musical como pelo facto de que ela pensa sempre duas vezes antes de enviar uma mensagem. E tudo o que se passa naquele ecrã e de um realismo tal que não se vê muito em cinema mais convencional. Claro que o realismo esbarra quando a personagem principal assume que não sabe jogar ao "Eu Nunca". Quem é a pessoa naquela faixa etária que nunca jogou ao "Eu Nunca"? 
Quem nunca apanhou uma bebedeira e confessou grandes segredos a jogar a este jogo. Melhor que uma noite a jogar ao Trivial é jogar ao "Eu Nunca". Aceitem o conselho deste velho sábio.
A história do filme é simples. Até porque o target deste filme é o teenager, por isso convém manter as coisas simples. Temos um grupo de amigos que se reúne no Skype para conviver. Não quer dizer que tenham grandes conversas. Limitam-se a estar ali. E avaliar pelo conhecimento que tenho dos putos de hoje em dia, deve ser mais ou menos isso que eles fazem. Estão todos nesse convívio, quando reparam que há um ser estranho no meio da conversa. Não conseguem bloquear e apercebem-se que está a utilizar a conta de uma amiga que se tinha suicidado um ano antes. Essa entidade faz uma espécie de jogo mental com os miúdos e consegue colocá-los todos uns contra os outros.Basicamente a suposta amiga que se tinha suicidado está a vingar-se do facto de ter sido vítima de cyber-bullying


Resumidamente, é uma reflexão irónica à sociedade de hoje e tudo o que se passa na internet. Resulta em cheio, porque não há um momento em que me sinta aborrecido com o filme. Quero ver tudo o que escrevem e dizem no filme. Não ficará para a história, mas caramba, no meio de tanta merda no cinema, é um pouco refrescante.

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