segunda-feira, 10 de outubro de 2016

THE LORD OF THE RINGS: THE TWO TOWERS (2002)


Um ano depois de ter passado metade de um filme à rasca para ir mijar, chegavam aqui mais 3 horas de filme, com este The Two Towers. Há filmes que nos marcam e que por alguma razão nos lembramos perfeitamente onde o vimos, com quem, horas, etc. Este é um desses casos. Não por causa do filme, mas por toda a envolvência. Em Dezembro de 2002 era um caloiro na Universidade. Férias de Natal dos "estudos" e das bebedeiras. Conseguir um bilhete para um bom lugar para ver este filme não era tarefa fácil. Consegui um bilhete, mas não foi para um bom lugar. Pior que ter um lugar na segunda fila, é ter um bilhete para a segunda fila com aquelas pessoas em particular que tive ao lado. Mal se apagam as luzes, um casal ao meu lado abre o saco da mulher e sacam de lá dois menus do McDonalds. Ora, aquele cheiro a fritos era tudo o que precisava para apreciar o filme. Começa o filme, e o Peter Jackson espera que todos tenhamos visto o primeiro filme. Não há uma espécie de "Previously on the LOTR...".
Lembro-me que na altura cheguei ao fim do filme de boca aberta. Tinha adorado o que tinha visto. Mas acho que foi a conjugação de dois factores: Gollum + batalha de Elm's Deep. Porque de resto há ali muita coisa a mais. 
Neste segundo filme aparecem mais umas dezenas de personagens. A certa altura já não sabia quem era quem. E à medida que aparecem mais personagens, perdemos interesse por elas. À excepção do trio (Aragorn, Gimli, Legolas) e dos 4 hobbits, não quero saber dos restantes. Quero lá saber da história do rei Theoden estar possuído por Saruman (ou será o Sauron?). E depois aquela espécie de história de amor entre o Aragorn e a Arwen (Liv Tyler) não interessa nem ao menino Jesus. E a loira que se mete no caminho. Porquê? 
Ou seja, todas estas partes mortas e que não me interessam poderiam ir todas para uma extended-cut. O filme ficaria mais rápido, mais interessante.


Mas há coisas muito boas neste filme. Nomeadamente, a introdução do Gollum. Todas as suas cenas são bestiais. Os seus diálogos consigo próprio, aliados às expressões do boneco. Confesso que não sei quanto trabalho do actor está ali, mas caramba. Nunca tínhamos visto algo assim. Há alturas em que chegamos a ter pena do "monstro". 
Gosto ainda da amizade que se vai fortalecendo entre o Gimli e o Legolas. Sempre em competição, mas que dariam a vida pelo outro. Essa relação acaba por servir de comic-relief. No entanto, a contagem de corpos durante a batalha principal era desnecessária. O tom dessas cenas não se enquadravam na batalha. Ainda assim, e durante a batalha de Elm´s Deep há o momento mais WTF do filme. Legolas pega numa espécie de prancha e desliza escadas abaixo enquanto dispara umas flechas. Bestial.
Depois o filme termina com um discurso do melhor personagem, o Sam, para o Frodo: «There's some good in this world, Mr. Frodo. And it's worth fighting for

Desta vez fui precavido para o filme, sem grandes bebidas para aguentar sem ter de ir à casa-de-banho. 
O filme acaba por ser o pior dos 3, mas ainda assim muito razoável. Não fossem as partes aborrecidas e teríamos aqui um grande filme de acção e fantasia.

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