sexta-feira, 7 de outubro de 2016

THE LORD OF THE RINGS: THE FELLOWSHIP OF THE RING (2001)


(SPOILERS MAIS À FRENTE)
Estive quase para não escrever nada sobre a trilogia de Peter Jackson. Porque acho que não tenho nada de novo para dizer que ainda não tenha sido dito milhares de vezes e de forma mais eloquente que a minha. Mas depois pensei: "Caga nisso... o blog é teu e se te apetece escrever, força nisso".
Confesso a minha ignorância. Antes dos filmes, nunca tinha ouvido falar das obras literárias do Tolkien.
Hoje ainda me lembro do primeiro contacto que tive com este filme. Meses antes de estrear (provavelmente mais de um ano), eu era comprador da extinta revista Premiere (a edição portuguesa). E numa das edições eram abordados os filmes a ter em conta no futuro. Um dos filmes era este The Fellowship of the Ring. Vinha acompanhado com uma imagem. Ainda me lembro que era uma fotografia de um Orc. Essa espécie de monstro foi a primeira imagem que tive do filme. E foi essa fotografia que me chamou logo a atenção. Achava o raio da caracterização daquele bicho tão assustadoramente boa, que fiquei ansioso, mesmo sem saber nada da história.
Passaram meses e meses de espera e lá estreou o filme. Eu e mais uns colegas da escola lá fomos a uma matiné ver o filme. Conselho de um velho sábio para todos os leitores: quando vão ver um filme de 3 horas, evitem levar copos de litro de Sprite. A certa altura vão ficar apertadinhos e depois não querem deixar 5 minutos para ir mijar. Sim, eu aguentei-me forte, sem largar uma gota que fosse. Mas mal começaram os créditos, aquilo é que foi correr até ao WC. Nem o Bolt me apanhava. 


Vontades de mijar à parte, o que sobressai do filme? Muita coisa. E um dos problemas do filme é mesmo paradoxalmente esse. Há demasiada coisa a acontecer. Ou melhor, demasiados personagens e demasiados locais com nomes esquisitos que não é fácil acompanhar. A certa altura já confundia alguns personagens. Mas isso se calhar é um problema só meu, que tenho um nível de atenção de uma criança de 5 anos. E depois são 3 horas de filme, na versão de cinema. Parece que há uma versão de cerca de 4 horas que nunca vi. Ora, para aguentar 3 horas de filme é preciso que o ritmo não adormeça muito. E há ali partes que era capaz de cortar, mas se me perguntarem quais, eu não sei responder, pois poderia perder o fio à meada.

Depois há muita coisa realmente positiva no filme. Desde logo a arte do detalhe. Nomeadamente nos cenários e caracterização dos personagens. Depois, os efeitos visuais. É certo que há muito CGI, mas todos eles são conjugados com muitos efeitos práticos e que, mesmo sendo um filme de fantasia, são super-realistas. A importância do detalhe chega mesmo à linguagem. Mesmo que seja 90% em inglês, temos ainda uma língua criada de propósito para o filme. Os elfos falam assim numa língua esquisita. 

Momentos cool e WTF deste primeiro filme. Apesar do Legolas ter aquele ar de coninhas com cabelinho loiro, as cenas em que dispara flechas como se não houvesse amanhã são espectaculares. Ya, o Robin Hood é mais antigo, mas o Legolas é o maior. E depois a cena, quase no final da morte do Boromir. ÉPICA. Ajuda o facto do actor ser o Sean Bean, mas caramba, com duas flechas no lombo e ainda despacha mais uns quantos orcs. Aliado a isto, os putos Merry e Pippin a fazerem-se à luta para o tentar salvar, quando momentos antes já se tinham sacrificado para ajudar o Frodo a fugir. Para mim, é talvez a melhor cena do filme. 

Basicamente trata-se de um filme sobre lealdade, sacrifício e amizade. E por muito que o Aragorn e o Frodo sejam heróis, para mim o verdadeiro herói do filme e da trilogia é Sam, o melhor amigo. Isso é algo que se vai notar mais à frente na trilogia, mas veja-se uma das cenas finais do filme. Frodo quer partir sozinho até Mordor. Vai de barco. Sam quer apanhá-lo e acompanhá-lo. Mesmo sem saber nadar ele faz-se ao rio. Ele fez a promessa de não largar Frodo e é isso que ele faz em mais de 9 horas de trilogia. Essa cena chega a ser comovente.

O filme termina com uma frase filha da puta e passo a citar: "Let's hunt some orc". Como que a dizer que os filmes seguintes iríamos ter acção a rodos. 


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