quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

JOHNNY MNEMONIC (1995)


Nos meio dos anos 90, a Internet era coisa muito pouco acessível às pessoas. Não havia cá chat-rooms, redes sociais, engates virtuais. Hoje em dia, vê-se gente a fazer de tudo em troca de uns "likes". E quando digo "tudo", não estou a ser exagerado. Eu, se quisesse falar com algum amigo meu, tinha de ir ter com ele, ou no máximo pegar no telefone fixo lá de casa e ligar-lhe. Hoje combinam-se "cenas" com gente que nunca estivemos na vida, só porque a foto de perfil do Facebook é gira. 

Hoje em dia existe o Facebook, o Twitter, o Instagram, o Badoo, Flickr, Google +, Last.fm, Linkedin, Tumblr, Ask.fm, Whatsapp, etc etc etc... Em cada um destas redes sociais o que é que se vê em grande maioria? Miúdas com pouca roupa, com 10.000 "amigos" e uma série de miúdos e graúdos a comentar as fotos em biquini de uma qualquer pita com défice de atenção. Ainda me lembro do tempo em que eu ficava contente se conseguisse sacar uma palavra de uma miúda gira lá da escola (e eu não sou assim tão antigo). Mas isso são outros tempos. 
O filme que falo hoje vai fazer no próximo mês de Maio, 20 anos. E muita coisa mudou em 20 anos a nível da comunicação. Em 1995, Johnny Mnemonic era uma coisa avançadíssima, muito futurista. Ou seja, a visão que se tinha do futuro era algo caricato (se olharmos com os olhos de hoje). A história é simples: Keanu Reeves é um transportador de informação que leva na cabeça. A "astronómica" quantia de 320 GB de informação que pode mudar o mundo. Só que em 1995, 320 GB de informação era coisa para se achar quase infinita. Hoje, quase que levamos isso numa pen-drive no bolso. 


A minha relação com este filme é de ódio quando o vi pela primeira vez (por volta de 1996/97). Eu não percebia nada de informática, e ainda hoje pouco percebo, não achava muita piada ao Keanu Reeves, e todo o look do filme me parecia sujo. Por isso, nessa altura passei a odiar o filme. Quis revê-lo agora, porque soube que tinha lá o Dolph Lundgren - na altura nem me apercebi que ele entrava. E ao rever o filme, confesso aqui, perante a meia dúzia de pessoas que lê o blog, que só no final do filme é que percebi que personagem era o Dolph Lundgren. Vê-lo como uma espécie de profeta do Apocalipse revelou-se um pouco estranho. 


O conceito do filme é interessante. Hoje daria pano para mangas, e se um Wachowski pegasse nele, faria qualquer coisa de épica em 3 filmes. Assim, foi mais um filme de acção futurista, mas que acaba por passar um pouco despercebido. Então se algum miúdo de 20 anos o vir hoje pela primeira vez, vai pensar que é uma comédia. E tem lá uma ou outra cena mais cómica involuntária. Quando Keanu Reeves grita aos sete ventos "I WANT ROOM SERVICE" é quase épico!

Nota final: dentro da ficção científica e dos temas informáticos, este filme bate aos pontos a trilogia também com Keanu Reeves. E sim, estou a falar do Matrix.

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