quarta-feira, 2 de novembro de 2016

THE CONJURING 2 (2016)


Há um subgénero dentro do terror que trata o tema das casas assombradas. A minha relação com o primeiro The Conjuring é de amor/ódio. Comecei por não gostar. Mais porque toda a gente adorava o filme. Vi gente a comparar o filme com o Exorcista. Revi o filme uns meses mais tarde e aí já gostei mais. Continuo a achar que é sobrevalorizado. Não reinventou nenhum género. Aliás, achei bem superior o filme da mesma altura, o Insidious, que é do mesmo realizador. Mas ainda assim pregou-me uns cagaços, e isso é sempre de louvar num filme de terror.
Para esta sequela não tinha nenhuma expectativa. Normalmente as sequelas de filmes de terror são quase sempre inferiores. Mas aqui, digo desde já que não é esse o caso. Este é um filme bem melhor que o antecessor. Começo a achar que James Wan é o novo mestre do terror. 
Antes de mais, tenho de dizer que este filme é tudo menos original. O que não falta por aí são filmes onde temos casas que rangem (check), famílias com filhos (check), espíritos que atormentam a casa (check), espíritos que atormentam um dos filhos (check), "exorcistas" (check). O que se destaca neste filme é mesmo a forma como as coisas são feitas, e aqui honra seja feita ao realizador. É que lá por terem todos a mesma ideia de base, não quer dizer que não possamos fazer a mesma história, mas em bom. 


O filme começa por parecer mais um cover da história de Amityville, tudo para nos dar aquele truque mais velho que o cinema do based on a true story. São tantos os filmes baseados em miúdas que são possuídas por algum demónio, mas que nunca tinha ouvido falar na realidade. Serve essa introdução para nos lembrarmos que os principais do filme é o casal Warren, uma espécie de caças-fantasmas. 
Depois somos transportados para Londres dos anos 70 (música, penteados, roupas...). A família é apresentada, mãe sozinha com 3 filhos, e percebemos logo que a miúda do meio vai ser possuída por alguma entidade. Há lá no meio um jogo de Ouija, tão batido nesta altura. 
O bom deste filme não é propriamente a história, mas como é contada. Aquilo que eu pretendo quando vejo este tipo de filmes é mesmo ser acagaçado. E este filme não dá descanso. São situações sucessivas que nos deixam com o coração aos pulos. Alguns deles são relativamente previsíveis mas eficazes. Aliás, há um momento em que o cão toca uma campainha que tem quando quer sair de casa. Ora, já sabemos que aquela campainha vai servir para pelo menos um jump-scare. São elementos previsíveis mas que acabam por nos assustar ainda assim. E isso deve-se à realização (som incluído). Depois é o tipo de filme que não precisa de muitos efeitos especiais. Joga-se com as sombras, e os próprios demónios são fruto de uma boa caracterização. Há inclusiva uma cena que parece toda ela feita em stop-motion: ver o cão transformar-se pareceu tão real. 
Finalmente, uma pequena vénia às miúdas pelas muito boas performances, principalmente da que foi possuída. É certo que há ali trabalho de caracterização, mas principalmente de acting. E esse é excelente.

O filme acaba por ser um pouco longo, mas caramba, passa a correr, pois somos "massacrados" com tensão e susto atrás de susto. 
De longe, é melhor que o primeiro, e um dos melhores filmes de terror deste ano! 

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