sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

THE VILLAGE (2004)


SPOILERS, pois um filme do Shyamalan tem de ter o famoso twist e aqui é possível que revele pormenores.

Depois de um filme de arrepiar os pêlos da nuca (O Sexto Sentido), um dos melhores filmes de super-heróis (O Protegido) e um dos melhores sobre invasões extra-terrestres (Sinais), Shyamalan surge com uma história de amor e paranóia pós 11 de Setembro. Acontece que todo o marketing à volta deste A Vila, fazia crer que estaríamos perante um filme de monstros. E não é isso que acontece. Aqui temos uma comunidade que vive numa vila, e que supostamente os habitantes não poderão sair de lá pois a floresta é habitada por uns monstros. Ora, uma mulher e um homem estão apaixonados (Bryce Dallas Howard & Joaquin Phoenix). Há um terceiro homem (Adrien Brody) que é maluquinho e por ciúmes esfaqueia quase até à morte o personagem do Phoenix. A moça, que por acaso é cega (ou invisual) decide sair da vila para ir à procura de medicamentos que possam salvar o amado. E isto é quase o filme todo. 
A partir daqui começam os twists. E até aqui, o filme corria muito bem. O problema vem com a revelação dos dois principais twists, nomeadamente o primeiro. Não há nenhum momento muito revelador, mas sim muita exposição do que se passa. A certa altura, percebe-se que não existem monstros. Isso não passou de uma história criada pelos mais velhos da comunidade para evitar que abandonassem a vila. Os "monstros" são apenas velhos com disfarces. Acontece que todo o ambiente criado anteriormente faz-nos acreditar que existem realmente monstros. Nada apontava para o contrários. Os sons vindos da floresta, animais mutilados, etc. Ou seja, não há nenhuma pista do contrário. E se não há essas pistas, é preciso que haja muita exposição, nomeadamente por parte do personagem de William Hurt, que é uma espécie de presidente da Junta lá do sítio. Uma pessoa acaba por se sentir enganada. 
O segundo twist é mais honesto e até cai bem. A história, na realidade, passa-se nos tempos modernos e não no passado, como se fazia crer. Tirando o estilo de vida, nunca nos foi passada uma mentira. Nunca é referida uma data, por exemplo. Acabamos por "engolir" melhor este engano. 


No geral, o filme está muito bem executado. Desde a banda-sonora (nomeada a Oscar e tudo), com uns sons de violino do melhor que há, até à fotografia do mestre Roger Deakins. E depois um elenco a acompanhar que não desilude. 

Acaba por ser o filme mais fraco (até à data de estreia - 2004) do Shyamalan, muito por culpa da "obrigatoriedade" de existir um twist
Como curiosidade, houve alguém que referiu as parecenças com o Psycho de Hitchcock. Como em Psycho, aqui o personagem principal é esfaqueado a meio do filme. Não sei se houve inspiração, mas em tempos pensei que Shyamalan poderia vir a ser o novo Hitchcock


TOP Shyamalan até ao momento:

1º Signs
1º The Sixth Sense
 Unbreakable
The Village

(Próximo filme: Lady in the Water. Parece que foi o início do fim.)

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