sexta-feira, 5 de agosto de 2016

BLOW OUT (1981)


Houve um tempo em que John Travolta era um actor magro. A sério... Os miúdos podem ir pesquisar. Nos anos 70 era mesmo um sex-symbol de adolescentes sedentas de carne. O gajo era o rei das pistas de dança, tinha tido o mega-sucesso com Grease. Depois vieram os anos 80, onde tentou fazer um tipo de cinema mais "sério" (odeio esta expressão). Tentou ir por outros caminhos. Se bem que o Saturday Night Fever é mesmo um filme sério, um belíssimo drama. 
Em 1981 cruza-se com Brian De Palma para protagonizar este Blow Out. Na verdade, o gajo já tinha entrado no Carrie, mas aí era um papel substancialmente mais pequeno.

E se já houve tempo em que Travolta era magro, também existiu um tempo em que eu era um puto estúpido. E porque é que digo isto? Ora, a primeira vez que vi este filme tinha borbulhas na cara e queria era explosões, porrada e/ou mamas. Este filme só oferece mamas, e durante pouco tempo no início. Tinha achado o filme uma valente seca. Acontece que voltei a ver este filme 20 anos depois da primeira vez. Agora com um olhar mais cuidado do cinema. Mesmo que ainda me interessem mamas e porrada, os meus gostos evoluíram. 
E aos 33 anos, o que é que eu acho deste filme? É provavelmente o melhor filme do De Palma (pelo menos anda lá perto). 
A história deste De Palma é aparentemente simples. Um técnico de som (Travolta) está a gravar sons. Enquanto grava esses sons, é testemunha auditivo de um aparente acidente. Depois são conspirações políticas até chegar ao desenlace. A primeira parte do filme é muito boa. Toda a investigação que o Travolta faz, a relação com a sobrevivente do acidente (Nancy Allen - lembram-se dela no Robocop?), o "trinity killer" (o excelente John Lithgow) a fazer de tudo para apagar as provas.
O problema é a segunda parte, que foi mais a pontapé. Parece que foi feita a correr. Então a cena final é de uma pessoa ficar a pensar: "então, mas acaba assim???"

Ainda assim, Brian De Palma tem um estilo muito próprio de filmar. O jogo de câmara, o som (e por vezes a falta dele), as sombras, etc... Por vezes fiquei a pensar que tinha ali muito de Hitchcock.

Não fosse o último terço do filme e seria excelente. Assim é "só" muito bom.


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