segunda-feira, 3 de outubro de 2022

HALLOWEEN H20 (1998)

 EM DEFESA DE HALLOWEEN H20


Não é que tenha qualquer autoridade para ser o advogado de defesa de qualquer filme, mas caramba, parece que este se perdeu no esquecimento, e não merece. Ainda mais com esta nova trilogia, que vem reescrever ou introduzir uma nova linha narrativa à saga.

Vendo o copo meio cheio, já são três as linhas narrativas que têm por base o filme original do Carpenter. E há para todos os gostos.

H20 ignora o 4, 5 e 6, ou seja, a personagem central anterior, a Jamie (que era filha da Laurie Strode) foi com os cães.

Aqui passamos directamente da noite do massacre do 1º e 2º filme e saltamos para 20 anos depois. E aproveito este salto para passar em revista os pontos positivos que me levam a argumentar que este é um dos melhores filmes do franchise. 

O ponto principal é mesmo a Laurie. É certo que continua "assombrada" pelos eventos de 1978, mas conseguiu levar uma vida "normal", ainda que com uma identidade nova. Acho esta versão da personagem bem mais realista que a versão destes novos filmes. Aqui ela conseguiu viver para além do Myers: tem uma carreira de sucesso, é divorciada mas tem um filho com quem tem uma relação saudável, tem namorado. Ou seja, mantém uma vida dita normal, apesar de numa noite, quando era jovem, a terem tentado matar. Vive com o trauma, bebe uns copitos às escondidas, mas vive. É um retrato, volto a repetir, bem mais realista que a versão mais bad-ass da nova trilogia. 

Depois a mudança de local foi uma lufada de ar fresco. Chega de Haddonfield e passamos para um campus de ensino privado na Califórnia. Há ali alguns cenários porreiros para umas cenas de suspense. 

Uma das coisas boas deste filme é a realização do Steve Miner (já tinha estado ligado à concorrência do Friday the 13th). O gajo enche o filme de pequenos easter-eggs, homenagens aos filmes do género e à própria saga. Mas nunca são enfiados a martelo. Surgem de forma tão fluida que muitos nem nos apercebemos deles. O meu preferido é a inclusão da Janet Leigh (a estrela do Psycho) com um pequeno papel, e numa cena com ela ouve-se a música do clássico de Hitchcock. Perfeito.

Ah. e o elenco. Cheio de caras conhecidas, alguns a começar a carreira. Joseph Gordon Levitt, Michelle Williams, Josh Hartnett, LL Cool J.

Outro dos argumentos que uso para defender o filme é a sua duração. É curto e grosso. 82 minutos com genérico incluído. Não perde tempo com coisas desinteressantes.

No entanto, o filme tem um grande senão: o maior ponto negativo do filme é mesmo o Michael Myers. Não sei o que se passou na produção que a máscara não resulta. Não percebo. Um adereço tão básico e falham redondamente. Numa ou outra cena, até uma máscara digital utilizam. ??????? Também o actor é muito "lingrinhas" para fazer de Myers. Queria um actor mais imponente. 

Em jeito de conclusão, é um filme de terror feito naquela senda do terror pós-Scream. E pode ter surgido muita merda depois do Scream. Mas quando é bem feito (como neste caso), os filmes envelhecem bem.

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