sexta-feira, 26 de abril de 2019

PROM NIGHT (1980 vs 2008)


Prom Night: original ou remake? O terror sempre foi o meu género preferido. Gosto de sentir aquela sensação de medo, tensão enquanto vejo um filme. Dentro do terror, confesso que gosto bastante do slasher. Ver jovens sedentos de sexo e que são degolados por um serial-killer é um prazer. Posso parecer um psicopata, mas garanto que não sou. Ainda sou do tempo em que se conseguia distinguir as coisas. 
Ora, nestes dias vi pela primeira vez um dos grandes clássicos do género. O cinema já nos tinha dado o Black Christmas ou o Halloween. É então que a década de 80 do século passado abre com Prom Night. E se vi o clássico, logo de seguida saltei para a espécie de remake que fizeram. Por isso, hoje fiquem com o confronto entre o original e o "remake".


Bem, o original começa de forma sinistra. Um grupo de miúdos, com os seus 10 anos, brinca numa casa abandonada. Estão a jogar a uma versão marada das escondidas. Enquanto gritam "killers are coming" e "kill, kill, kill", uma miúda morre quando cai da janela. Foi um acidente parvo provocado pelas crianças. As crianças fazem um pacto de guardar segredo e nunca mais falar no assunto, e fogem (parece-me que o I Know What You Did Last Summer foi aqui beber inspiração). Saltamos 6 anos, e os miúdos são agora uns adolescentes com ar de adultos. Ficamos a conhecer agora cada um deles, à medida que vão recebendo uns telefonemas sinistros (como no Black Christmas ou Scream).

Estamos em altura de baile de finalistas e o filme segue como um teen-movie. Quem fode com quem, historietas de liceu. Ah, e uma Jamie Lee Curtis por quem temos pensamentos pecaminosos. Digamos que se o gajo lá de cima (há quem o chame de Deus) lesse os meus pensamentos, mandava-me directamente para o inferno. A primeira vez que a vi num filme foi no My Girl, e aí ela era uma boa Milf. Depois Halloween e True Lies com uma das cenas mais sexy do cinema. É uma mulher com um je ne sais quoi

Bem, já me estou a dispersar. É o que dá escrever sem fazer rascunho. 

O filme segue, e além dos personagens principais, dão-nos a conhecer possíveis suspeitos para os crimes que se vão passar a seguir: é o caso do contínuo da escola, o Mr Sykes, ou o gajo que fugiu da instituição psiquiátrica. No entanto, estes seriam suspeitos muito óbvios.

É então que passamos à parte do baile propriamente dito. Há lá uma cena de uma dança, que é um bocado longa demais. Cena essa que vai lembrar a "Routine" do Ross e Monica (referência à sitcom Friends).


E começamos com as mortes. O filme teve a capacidade de nos manter interessados (e isso é de louvar) até aqui. A primeira morte só acontece aos 62 minutos de filme. E é uma cena muito bem filmada sempre no ponto de vista do assassino. E depois nunca somos confrontados com o explícito. É pelo poder de sugestão. Apenas vemos os olhos da vítima enquanto o assassino a degola.
E isso acontece nas mortes seguintes. Não existem imagens de facas a furar os corpos. 
As vítimas seguintes são o típico casal que vai pinar para a carrinha. 

Outra coisa que diferencia este filme doutros do género é o assassino. Aqui ele vai mudando de arma e depois não é como o Michael Myers, por exemplo. Este corre se tem de correr e é bem humano.

A morte seguinte é de realçar também. Depois de passar, literalmente, 10 minutos de filme a perseguir a vítima, lá consegue passar-lhe o machado. E é então que chegamos à morte mais cool do filme e mais "in your face". O labrego bully da escola perde a cabeça e esta rola na passerele do baile. 

Bem, no geral o filme é muito bom e com coisas muito boas. É um filme onde não sabemos quem é o assassino até ao último minuto, onde se faz a revelação. E mesmo sendo um pouco previsível de saber quem seria, não era a minha primeira opção. O filme traz consigo umas vibes do Carrie de Brian De Palma. Se o viram, vão perceber porquê. E num slasher onde a primeira morte só ocorre passada mais de uma hora de filme tem de ter algo para agarrar. Aqui teve um conjunto de personagens que foram sendo construídos e bem, além de terem boas representações dos seus actores, o que não é normal para filmes deste género. 
Neste género temos sempre de falar das mortes, e digamos que aqui o que interessa não são bem as mortes, mas o "leadind up", toda a construção da cena até à morte, a tensão provocada. E depois, tecnicamente o filme é muito bom, acompanhado por uma boa banda-sonora. Paradoxalmente, no lado negativo, tenho só de apontar a parte da música mas do baile. Todo o baile é acompanhado pelo disco-sound. E é demasiado disco para mim! Ah, e já me ia esquecendo: não há nudez neste filme!!! WTF...


Saltamos para o "remake", que de remake tem muito pouco. Creio que só terá mesmo o título. 

Neste temos umas barbies irritantes, ocas que se preparam para o baile como se fosse a última coca-cola do deserto. A actriz principal tem uma cara de enjoada que parece estar sempre com vontade de cagar.
Ao contrário do original, este vai directamente para o baile. Há lá um assassino que anda obcecado pela personagem principal. Já lhe tinha matado a família anos antes. E sim, é ele o assassino. Aqui não se esconde. Sabemos logo quem é e porquê. Como passamos logo para a "acção", não há tempo de criar uma conexão com nenhum dos personagens e ficamos então à espera que as mortes compensem. Pode ser que sejam criativas e tal. E o que é que acontece? Nada de especial. Um gajo com uma faca que esfaqueia pessoas. E é isto. Fim de filme.
 Pelo menos somos compensados com mamas? Opa, sim mas numa cena muito rápida. Não valeu a pena. 
Ah, pelo menos tem lá o Idris Elba, numa fase inicial de carreira.
O filme que é campeão em falsos sustos e previsibilidade nos sustos que deveriam ser reais. 
Em jeito de conclusão, quem fez este filme deveria ser condenado a prisão por usar um título e levar a malta ao engano.

Sem surpresas, neste confronto entre original e remake, 10 a 0 para o original. Sem espinhas.

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