quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

THE BRIDE OF FRANKENSTEIN (1935)

Dizem por aí que este "Bride" é superior ao original "Frankenstein". Permitam-me discordar. Isto não quer dizer que seja mau. É excelente na mesma, e objectivamente talvez seja melhor. Mas há um par de coisas que não apreciei assim tanto, que me levam a preferir o antecessor.  
A começar pelo tom, por vezes desequilibrado. Confesso que o humor, nomeadamente, na personagem da governanta é algo exagerado. É quase pateta nalguns momentos. Não joga com o tom trágico do resto do filme.
Depois as experiências do novo personagem, o Dr. Pretorius. Ora, este criou vida em miniaturas, o que para mim vai para o campo da ficção-científica. O Frankenstein criou vida de forma mais "realista", credível no universo que nos é apresentado. As miniaturas de gente já foge disso. Aliás, o próprio Frankenstein caracteriza de "black maguc". Em última instância, parece mais uma desculpa para mostrar bons efeitos especiais.

Bem, tudo o resto roça a perfeição neste filme. O que já era bom no original,  aqui ainda melhorou. Nota-se que há mais orçamento. Os decors, a fotografia,  a música... tudo perfeito.

Quero só realçar umas coisinhas:
- O prólogo inicial coloca a própria Mary Shelley, o marido Percy e o terceiro membro deste ménage a trois, Lord Byron, a discutir como uma mulher tão bonita como a autora é vaoaz dos pensamentos mais macabros. Resultou como introdução e revisão dos acontecimentos do filme passado.

- Boris Karloff eleva a sua prestação como o Monstro, que na essência só quer companhia, e onde tenta aprender a diferença entre "good" e "bad".

- Toda a sequência com o cego eremita. Lindo. E a cena onde o velho agradece a Deus por ouvir as suas preces ao dar-lhe companhia, o que resultou no Monstro largar uma lágrima. Uma delícia. 

- Depois o culminar de tudo na aparição da Noiva. Apesar de dar título ao filme, esta só aparece nos últimos 4/5 minutos. O suficiente para entrar na história. Quase 90 anos depois, é uma personagem tão icónica que, mesmo nunca tendo aparecido em mais nenhum filme, aqueles 4 minutos bastaram para ser referência. 

Em jeito de conclusão,  parece-me um filme feminista, mesmo quando ainda nem se sonhava com esse conceito.

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