domingo, 29 de outubro de 2017

SCREAM (1996)


Ah, o cinema de terror.... como qualquer género, tanto pode dar filmes óptimos, como dar merda. Não sei porquê, mas é talvez o meu género favorito, mesmo ainda sendo visto como um "género menor". Há quem goste de ir rir para o cinema, chorar, masturbar, etc... Eu também... não sou diferente das outras pessoas. Só que gosto muito da adrenalina, tensão, medo de um bom filme de terror. 
Sou de uma geração que apanhou aqueles slashers todos dos anos 80, mas em casa em VHS. Estes filmes eram os campeões do aluguer. Seja com Michael Myers, Jason Voorhees ou Freddy Krueger (eu sei que há mais), estes vilões eram os preferidos. Mas lá está, nunca tinha visto nenhum deles no cinema. Aliás, Halloween (o do John Carpenter) continua a ser o meu preferido, e dificilmente alguém irá fazer melhor que a perfeição deste. Só que é um filme fora da minha geração, apesar de ser intemporal. 
Acontece que, e quando se pensava que o género de slasher-movie estava morto, aparece o mestre Wes Craven e vira o cinema de terror do avesso, com um filmezinho de nome Scream. Confesso que na altura (1996) o filme escapou-me. Também não tinha acesso à informação da forma que tenho hoje. Foi preciso estrear a sequela no ano seguinte, para eu conhecer os filmes. Já aqui contei a aventura que tive no cinema do Casino quando fui ver Scream 2 (podem ler esse relato aqui). 
E como comecei pelo 2, tive de ir logo depois correr ao Video Movie alugar o primeiro. E que filme eu apanhei. Se já tinha gostado da sequela, ainda mais gostei do original.


SPOILER ALERT 

E tenho de começar por referir aquela cena inicial com a Drew Barrymore... À boa maneira de Psycho (de Hitchcock), colocam-nos a Drew e pensamos que vai ser a protagonista do filme, quando de repente ela está a levar umas facadas nas mamas. Não sem antes ser torturada num jogo psicológico ao telefone. Quais jogos mortais do Saw, este sim, é realmente interessante.
Depois o filme é todo ele muito "meta". Termo para me armar ao pingarelho, mas que serve para dizer apenas o seguinte: o filme serve quase reflexão sobre um género (que se julgava morto). E Wes Craven faz isso na perfeição. E mais, atira-nos à cara com os assassinos, e só não descobrimos quem são, e ficamos surpreendidos, porque não queremos acreditar no tão óbvio que é. E isso, é Craven a brincar com o espectador de forma brilhante.
E se o início do filme é excelente, o mesmo se aplica ao final com o confronto entre a Sidney e a dupla de assassinos.

Para concluir, digamos que foi o ressuscitar do slasher-movie, e ao mesmo tempo o princípio do fim, pois nunca mais houve nenhum que chegasse ao brilhantismo deste.
Ainda assim, tenho de admitir que 20 anos depois deste, estamos a atravessar um bom momento para o género de terror (mas não o slasher).


Nota final: este filme foi produzido pelos irmãos Weinstein, que parece que eram e são uns predadores sexuais que intimidavam jovens actrizes em troca de favores. Uma dessas actrizes (e a voz mais activa nesta fase de assumir as merdas) foi Rose McGowan, que neste Scream fazia de melhor amiga da protagonista. O que é certo é que nunca deu o salto e tem andado perdida por cinema duvidoso. Deverei sentir-me complacente se continuar a gostar de ver este filme e muitos outros que eles produziram? 

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Rapidinha do dia: WIND RIVER (2017)


Então vamos lá ser curtos e grossos: Wind River é um filmaço. Do gajo que escreveu Hell or High Water, este é mais calmo, mais parado, mas nem por isso menos interessante. Claro que é um filme que não vai agradar aos putos sedentos de velocidade e rapidez. Querem coisas a acontecer. Aqui, coisas acontecem, mas a um ritmo, aparentemente, mais lento.
A história acompanha a investigação de um crime que aconteceu numa comunidade que vive lá para o gelo. E aqui a cidade quase que é uma personagem. Lembram-se de Se7en? Aqui há a mesma vibe
Eu disse que ia ser curto e grosso, por isso só mais três notas. 
- A banda-sonora de Nick Cave é estrondosa, subtil. Para já a melhor do ano. 
- As performances são tão boas, nomeadamente a de Jeremy Renner. 
- Aquele desenlace. Jasus... Quem viu o filme sabe do que falo. Não posso ser spoiler mas envolve uns tiros.

Concluindo, um filme do caraças.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

CULT OF CHUCKY (2017)


Mês de Halloween, e são filmes de terror a sair em catadupa. E por alguma razão continuam a fazer filmes da saga Chucky. Por mim, ainda bem que os fazem. É que podem não ser os melhores filmes do mundo, mas pelo menos são sempre divertidos.
A saga começa no final dos anos 80, e queria ser um legítimo filme de terror para combater todos os slashers que se iam fazendo. Ao longo dos anos, e com uma premissa sempre disparatada no bom sentido (boneco assassino), os filmes foram-se adaptando, tornando-se cada vez mais ridículos e a virar para a comédia. Em 2013, quiseram ir às raízes de Chucky e voltaram-se para o terror puro outra vez: um boneco possuído dentro de uma casa que vai matando as pessoas (Curse of Chucky). Este novo é uma sequela directa desse. E tem coisas boas e outras que nem por isso.
E o filme começa muito bem. Andy (o puto do primeiro filme) é agora crescido e mantém o que resta de Chucky (a cabeça meio queimada) dentro de um cofre, e de tempos a tempos ela lá vai torturar o assassino. Vale a pena lembrar que no filme anterior, o Andy (curiosamente é o mesmo actor que no original) já tinha feito um cameo nos pós-créditos que fazia antever este regresso. 
Só que o filme toma outro caminho. Vai ser a gaja sobrevivente do anterior (a que estava em cadeira de rodas) que se torna a protagonista. Aqui ela está num manicómio e, depois de uma espécie de lavagem cerebral, acredita que era ela a assassina. Depois de lá aparece um boneco do Chucky no manicómio (apesar de o Andy manter o possuído num cofre) e começa a matança. 
E é nisto que o filme perde força: torna-se numa grande salganhada. Vários bonecos possuídos que tornam um pouco confuso. Lá pelo meio regressa a Jennifer Tilly só para animar.
Apesar disso é divertido comó caraças. E no dia em que o Brad Dourif (voz do Chucky) não puder fazer filmes do Chucky, não vale a pena continuarem a fazer. 


terça-feira, 10 de outubro de 2017

POWER RANGERS (2017)


Sabem o que é que fazia falta ao mundo do cinema? O filme por que toda a gente ansiava como se não houvesse amanhã. Sim, porque no meio de tanto filme de super-heróis, tantos remakes de cenas dos anos 80 e 90, aquilo que todos queríamos era mesmo um reboot ou remake (ou outro nome qualquer) dos Power Rangers.
Não vou ser hipócrita: eu vi muitas temporadas dos Power Rangers. Eu vi no cinema um filme (meados dos anos 90) baseada na série. Acontece que aquilo era sempre a mesma coisa: os maus eram maus e tinham monstros esquisitos. Na primeira batalha estão com um tamanho normal. Depois tomam um viagra e lá ficam gigantes e cheios de força. Os PR juntam-se e criam um robot para combater o monster of the week

Acontece que este filme, que ninguém pediu, até nem é mau. E tinha tudo para ser péssimo. Talvez por essas expectativas estarem tão em baixo, acabo por achar o filme competente.
E porque acho isso? 


Eu sei lá... não sou crítico. Sei que acabei por me manter interessado até ao fim. Não olhei muitas vezes para o telemóvel durante aquela hora e meia. E isso é sinal de alguma coisa.
Mas vejamos: o build-up (isto sou eu a armar-me ao pingarelho a usar termos em estrangeiro) é bom. Ficamos a conhecer os jovens, e eles acabam por se tornar interessantes. 
Depois, este filme perde aquele lado mais camp" (mais um termo estrangeiro) que a série tinha. Os fãs hard-core da série (e eles existem) poderão não gostar desta opção. Eu prefiro assim.
Depois o filme desenvolve-se para terminar como a série: muita destruição com robots e monstros à mistura. 
Tem alguns apontamentos que tentam homenagear a série, seja nalgumas cenas e ângulos, seja nos cameos. Atentem na cena depois dos créditos (para preparar a sequela).

No geral, é mais um filme teen com super-poderes, a fazer lembrar um pouco o Chronicle