segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

DRACULA (1931)

Ora, ali no início do século XX foram criados os estúdios da Universal. Mas andavam meio perdidos por pequenas produções, quando o novo patrão pega num livro, que estava  a ser adaptado para o palco, e na transição para o cinema sonoro, produz Dracula. Numa adaptação muito livre do livro do Bram Stoker, Dracula foi um sucesso e graças ao filme surgiram mais e mais filmes dos "monstros clássicos" como os conhecemos hoje. 
Mas e o filme, será que se aguenta bem quase 100 anos depois? A resposta directa deste escriba é: não sei. Por um lado, é inegável a influência que o filme tem até aos dias de hoje. Por outro, muito friamente, não gosto assim tanto. 
Antes de mais, o filme toma liberdades que não sei se jogam a seu favor. A começar pela representação do próprio Dracula. Aqui é mais um aristocata, enquanto no livro ele se assemelha mais ao Nosteraru (o filme). Depois o desempenho do Bela Lugosi enquanto conde deixa-me com mixed-feelings. Aliás, quase todos os actores têm o mesmo problema: demasiado "teatral" (à falta de melhor palavra). Bem sei que muitos vinham do teatro (o próprio Lugosi fazia o papel na Broadway), mas em cinema, a mim não me entra. Todo o filme parece saído de um palco. 
Quero ainda referir a banda-sonora... ou falta dela. Tirando os créditos iniciais e uma cena passada num teatro, não existe nenhuma trilha. Quando ninguém fala, existe silêncio.  Por uma lado, isso pode dar um ambiente mais sinistro. Por outro, a ausência de qualquer som pode deixar um espectador mais "perdido".

O melhor do filme: sem sombras de dúvida o Renfield. Que papelão do actor. 
Pode ser o maior clássico de filmes de vampiros, mas para mim é mais objecto de estudo por toda a influência que tem. 

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