Se tivesse que escolher apenas um filme da saga Star Wars para levar para uma ilha deserta (com wi-fi e um projetor, claro), seria sem dúvida Return of the Jedi. É o meu preferido desta galáxia far, far away — e não, não me importo minimamente que o Império tenha sido derrotado por um exército de ursos de peluche com paus, pedras e fisgas. Aliás, se isso não é cinema de qualidade, não sei o que será.
A história começa com um resgate digno de telenovela espacial: Luke, agora meio jedi/ meio guru espiritual, vai salvar Han Solo do gangster Jabba the Hutt. Isto tudo culmina com a Princesa Leia num outfit de escrava que, convenhamos, já merecia um Oscar só por existir.E fez de nós, meninos dos anos 80, homens de pelo no peito e alto nas calças.
Mas o que torna este filme especial não é só a acção ou a nostalgia — é o coração. A tensão na luta final entre Luke e Vader é qualquer coisa de especial. É ali, naquele confronto carregado de hesitações, raiva contida e daddy issues, que percebemos o verdadeiro coração da história. Não é a coreografia mais épica da saga (para isso temos as prequelas) mas a carga emocional compensa cada golpe mais lento. E o imperador Palpatine ali no canto dá aquele toque dramático extra.
E depois há Endor. Florestas luxuriantes, pores-do-sol mágicos e uma aldeia de Ewoks que me faz querer largar tudo e mudar-me para lá. As paisagens são de cortar a respiração — parece um anúncio da National Geographic, mas com mais explosões. Toda aquela sequência com os speeders tem mais adrenalina que qualquer merda feita hoje em dia.
No fim, Return of the Jedi é um filme que equilibra acção, emoção e um toque de absurdo delicioso. Porque, sejamos honestos, se ursinhos armados com fisgas conseguirem derrotar um império intergaláctico... talvez haja esperança para todos nós.