«If it bleeds, we can kill it!»
Alturas houve em que ter Schwarzenegger no cartaz era sinal de sucesso garantido. Alturas em que íamos ao cinema só para ver o actor. A prova disso é que filmes como Twins (Gémeos) ou Kindergarten Cop (Um Polícia no Jardim Escola) foram enormes sucessos de bilheteira.
Apesar de Terminator preceder este Predator, foi este filme que foi a prova de que era uma mega-estrela de Hollywood.
E que filmaço temos aqui. Senão vejamos: é um dos melhores filmes de ficção-científica, um dos melhores filmes de acção, um dos melhores filmes de terror/suspense. Isto tudo num só filme. Tanto faz em que género o queiram colocar, que temos um clássico destes géneros.
Preconceitos à parte, é um filme macho. Tem lá uma gaja no meio, mas está lá só para não ser uma festa da mangueira a 100%.
Mas o que faz deste filme um clássico intemporal, que 30 anos depois de sair, continuemos a ver e a falar dele? Epa, muito. Há ali pouca coisa a falhar. Mesmo numa altura em que eu não era fã do velho tio Schwarzzie, este era o meu preferido. Ora, numa destas manhãs em que só trabalhava à tarde, apanhei o filme no melhor canal de cinema da televisão portuguesa (o Canal Hollywood, para quem tem dúvidas). E talvez seja a melhor altura do dia para ver o filme. Há lá melhor acordar que ver um monstro a arrancar a espinha a militares? Ou para ver todas as one-liners do filme?
«You're one ugly motherfucker!»
E o que é que eu gosto neste filme? Bem, quase tudo.
- Antes de mais a banda-sonora. Aqueles instrumentais no meio da selva.... ainda hoje dão arrepios. O tipo que compôs aqueles sons animados no Back to the Future, faz aqui algo completamente oposto. Mais subtil. Um espectáculo.
- Quase todas as cenas são dignas de registo. Destaco apenas uma ou outra:
> a cena do helicóptero ao som do rock 'n roll;
> a primeira imagem de Schwarzenegger a fumar o seu charuto;
> a metralhadora do Blain (Jesse Ventura) capaz de trucidar árvores;
> a morte do Dillon (Carl Weathers) com o braço, que depois de arrancado, continua a segurar e disparar a arma que tinha na mão;
etc etc etc...
«I ain't got time to bleed!»
Depois há detalhes que ainda melhoram mais o filme:
> só vemos realmente o monstro lá para meio do filme, numa cena em que se opera a si próprio. Até aí apenas tínhamos tido vislumbres da sua visão;
> o personagem Billy (Sonny Landham) é dos melhores do filme. Com uma morte digna de quase auto-sacrifício. De notar que apenas temos o som dele a gritar e não a cena em si.
> aquelas armadilhas todas que o Schwarzzie constrói são dignas de Rambo;
> todos os personagens/ actores são carismáticos e chegamos a preocuparmo-nos com eles (até o tipo das anedotas secas).
Resumindo: o melhor filme do Schwarzzie. Vamos entretanto esquecer as sequelas/reboots/spinoffs/crossovers.
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