quarta-feira, 15 de julho de 2015

TED 2 (2015)


Era uma vez um casal. Esse casal, aparentemente da classe média, decide procriar. Dão à luz um filho. E é filho único. Que os filhos únicos são uns mimados de merda, habituadinhos a ter tudo o que querem, isso não é novidade. Crescem a ouvir a malograda expressão "ai o meu rico filho". O puto vai crescendo e vai-se educando. Ora, parte dessa educação vem dos pais. Mas também sabemos que grande parte vem da escola (e não me refiro aos professores), sociedade, televisão e muita internet. Nascem a saber todos os comandos do windows. Se for preciso, mal ponham o cu fora do ventre da mãe e já têm uma conta no facebook, instagram e mais uma paneleirice de rede social.
Certo dia, o puto pergunta aos pais se pode ir ao cinema. A mamã, como superprotetora que é, diz que só vai ao cinema se for com ela. O puto retalia e diz que é só um filme de um ursinho de peluche que ganha vida. A mãe acha fofinho, mas mesmo assim faz questão de o acompanhar, até porque tem lá o Wahlberg pelo meio, e ela tem esperança que ele tire a camisola.
Chegam ao cinema, a mãe pede dois bilhetes para o Ted 2. O adolescente cheio de borbulhas que está ao balcão acha estranho, mas não devemos contrariar uma Milf. E o gajo lá lhe vende os bilhetes, sem fazer qualquer tipo de aviso, afinal trata-se de uma comédia para adultos. Sessão marcada para as 21 horas.

21:00 - Levam o pote de pipocas pago a peso de ouro, e à hora lá estão sentado na sala de cinema. Começa a publicidade. Anúncio atrás de anúncio.
21:15 - Começa o filme?? Nem por isso. Mais uma série de trailers daqueles filmes que fazem muito barulho.
21:25 - Começa o filme. As pipocas acabaram. Meia hora chegou para terminar com o pacote (metade foi para o chão).
21:35 Mãe obriga filho a levantar-se e vão os dois embora.

Serve esta história, parcialmente real, para colocar em causa a forma de educar desta mãe... ou então não. Quem sou eu para julgar quem quer que seja. Uma mãe que vai claramente ao engano pode ter de rever a sua forma de mostrar conteúdos "culturais" aos filhos. Ou se calhar não. 
Pessoalmente não vejo problema nenhum em que uma criança de 8/10 anos veja uma comédia como Ted. Provavelmente o puto não iria perceber metade das piadas mostradas no filme. Mas de certeza que iria gostar, pois o miúdo teria a noção que ali estaria uma espécie de fruto proibido. Com a idade do miúdo, eu via às escondidas o Porkys. E o Porkys, melhor ou pior, tem pelo menos mais mamas e o pipi e rabiosque da Kim Catrall. No entanto é "só" uma comédia. 
No caso desta mãe, o que ela fez foi estourar 20€ de um orçamento familiar. A Lusomundo ficou a rir-se, e o puto chegou a casa e foi sacar ou ver online mais uns quilos de pornografia. 

Ah, o filme em si é para aqueles que gostam do humor típico do Seth MacFarlane. Ponto negativo: não tem a Mila Kunis. Ponto positivo: tem a Amanda Seyfried.
E de destacar que a química entre o personagem do Wahlberg e o Ted é mil vezes maior que muitas duplas que por aí andam... E destaque para o Wahlberg, porque tem de contracenar com um personagem criado digitalmente.

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