"Alien: Romulus" é um daqueles filmes que tem tudo para dar certo, mas acaba por tropeçar nos seus próprios clichés. Não que o filme seja mau – aliás, eu curti muito e mesmo de todo o fan-service. Há muitas piscadelas de olhos aos filmes anteriores da saga que farão os fãs mais antigos sorrirem com nostalgia. Aliás, é quase como se o realizador tivesse uma checklist: Facehugger? Confere. Alien na ventilação? Confere. Personagem aleatório que diz "get away from her..."? Confere. O Ian Holm, apesar de estar morto há 4 anos? Confere.
A banda-sonora, por outro lado, é quase um personagem à parte, e um daqueles que está desesperado por atenção. Em vez de ajudar a criar uma atmosfera claustrofóbica e de medo, ela às vezes parece ter saído de um concerto de heavy metal com uma queda para o drama exagerado. Em momentos cruciais, quando deveríamos estar a suster a respiração, o compositor parece achar que estamos a assistir a uma batalha épica de "Star Wars".
Mas nem tudo é mau! A atriz principal rouba as cenas com um desempenho que nos faz lembrar a velha e boa Ripley. Ela carrega o filme às costas e, sejamos honestos, quando um alien esfomeado está na sala, é bom ter uma heroína que saiba o que está a fazer. Isto tudo com a ajuda do ajudante/meio-irmão/andróide Andy.
Agora, o ato final... Ah, o ato final. Desde o momento em que uma mulher grávida é introduzida na história, adivinha-se que estamos a caminhar para um desfecho um pouco descabido. É como se o argumento dissesse: "Esperem aí, ainda não fomos longe o suficiente!". E quando chega o momento culminante, não podemos deixar de rir e revirar os olhos ao mesmo tempo. Era previsível, claro, mas mesmo assim, não deixa de ser uma decisão de guião muito arriscada. E eu sou daqueles que acha que em sequelas/remakes se deve arriscar. Mas caramba, aquele híbrido....
Em resumo, "Alien: Romulus" é uma mistura de nostalgia, comédia involuntária, e momentos genuinamente bons.