sexta-feira, 31 de março de 2017

UM ANO UM FILME - os resultados finais


O Edgar Ascenção e o Samuel Andrade lembraram-se que era boa ideia revitalizar (um regressar aos tempos áureos) dos blogs de cinema. Não percebi, até porque, à custa deste blog, chovem convites de mulheres para noites de sexo intermináveis. Recebo lingerie pelo correio. É tal e qual uma rock-star. 
Mas pronto, eles lá se lembraram de um desafio lançado a todos os bloggers (e não só), em que cada um faria a lista de melhores filmes desde o ano de nascença. Nisso tudo, voluntariei-me para fazer um apanhado de todas as listas e fazer uma espécie de quadro final. E é isso que vão levar aqui.

Por isso, e começando em 1968 até 2016, eis a lista definitiva:

1968 - Once Upon a Time in West, de Sergio Leone, Aconteceu no Oeste

1969 - Z, de Costa Gavras, Z - A Orgia do Poder

1970 - MASH, de Robert Altman

1971 - A Clockwork Orange, de Stanley Kubrick, Laranja Mecânica

1972 - The Godfather, de Francis Ford Coppola, O Padrinho

1973 - The Exorcist, de William Friedkin, O Exorcista
ex-aequo -  The Sting, de George Roy Hill, A Golpada

1974 - The Texas Chain Saw Massacre, de Tobe Hooper, Massacre no Texas
ex-aequo - The Godfather: Part II, de Francis Ford Coppola, O Padrinho: Parte II

1975 - Jaws, de Steven Spielberg, Tubarão

1976 - Rocky, de John G. Avildsen

1977 - Star Wars, de George Lucas, Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança

1978 - The Deer Hunter, de Michael Cimino, O Caçador
ex-aequo - Superman, de Richard Donner, Super-Homem

1979 - Life of Brian, de Terry Jones, A Vida de Brian
ex-aequo - Alien, de Ridley Scott
ex-aequo - Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola

1980 - Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back, de Irvin Kershner, O Império Contra-Ataca

1981 - Raiders of the Lost Ark, de Steven Spielberg, Os Salteadores da Arca Perdida

1982 - First Blood, de Ted Kotcheff, A Fúria do Herói

1983 - Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi, de Richard Marquand, O Regresso de Jedi

1984 - Ghostbusters, de Ivan Reitman, Os Caça-Fantasmas

1985 - Back to the Future, de Robert Zemeckis, Regresso ao Futuro

1986 - Aliens, de James Cameron, Aliens: O Recontro Final

1987 - RoboCop, de Paul Verhoeven, Robocop - O Polícia do Futuro

1988 - Die Hard, de John McTiernan, Assalto ao Arranha-Céus

1989 - Indiana Jones and the Last Crusade, de Steven Spielberg, Indiana Jones e a Grande Cruzada

1990 - Goodfellas, de Martin Scorsese, Tudo Bons Rapazes

1991 - Terminator 2: Judgement Day, de James Cameron, Exterminador Implacável 2: O Dia do Julgamento

1992 - Reservoir Dogs, de Quentin Tarantino, Cães Danados

1993 - Jurassic Park, de Steven Spielberg, Parque Jurássico

1994 - Pulp Fiction, de Quentin Tarantino

1995 - Se7en, de David Fincher, Seven - 7 Pecados Mortais

1996 - Trainspotting, de Danny Boyle

1997 - Titanic, de James Cameron

1998 - Saving Private Ryan, de Steven Spielberg, O Resgate do Soldado Ryan

1999 - The Matrix, de Wachowski Brothers

2000 - Requiem For A Dream, de Darren Aronofsky, A Vida Não é Um Sonho

2001 - Mulholland Dr., de David Lynch, Mulholland Drive

2002 - Cidade de Deus, de Fernando Meirelles

2003 - Kill Bill: Vol. 1, de Quentin Tarantino, Kill Bill - A Vingança (vol. 1)

2004 - Eternal Sunshine of the Spotless Mind, de Michel Gondry, O Despertar da Mente

2005 - Batman Begins, de Christopher Nolan, Batman - O Início
ex-aequo - V For Vendetta, de James McTeigue, V de Vingança
ex-aequo - Brokeback Mountain, de Ang Lee, O Segredo de Brokeback Mountain

2006 - Children of Men, de Alfonso Cuarón, Os Filhos do Homem

2007 - There Will Be Blood, de Paul Thomas Anderson, Haverá Sangue

2008 - The Dark Knight, de Christopher Nolan, O Cavaleiro das Trevas

2009 - Inglorious Basterds, de Quentin Tarantino, Sacanas Sem Lei

2010 - Inception, de Christopher Nolan, A Origem

2011 - Drive, de Nicolas Winding Refn, Drive - Risco Duplo

2012 - Moonrise Kingdom, de Wes Anderson

2013 - The Wolf of Wall Street, de Martin Scorsese, O Lobo de Wall Street

2014 - Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance), de Alejandro Iñárritu
ex-aequo - Interstellar, de Christopher Nolan

2015 - Mad Max: Fury Road, de George Miller, Mad Max: Estrada da Fúria

2016 - The Witch, de Robert Eggers, A Bruxa
ex-aequo - Arrival, de Denis Villeneuve, O Primeiro Encontro
ex-aequo - La La Land, de Damien Chazelle, La La Land: Melodia de Amor
ex-aequo - Deadpool, de Tim Miller

Considerações finais:
- Nos anos 60 e 70, houve pouca gente a "votar", pelo que é fácil existir empates. 
- 2016 foi um ano de muitos filmes "bons", pelo que os votos dispersaram-se muito, o que resultou num empate a 4.
- O filme The Witch é de 2015, mas todas as pessoas que votaram neste filme, incluíram-no em 2016.

Steven Spielberg: 5 filmes;
Christopher Nolan: 4 filmes
Quentin Tarantino: 4 filmes
Francis Ford Coppola: 3 filmes
James Cameron: 3 filmes

terça-feira, 28 de março de 2017

Rapidinha do dia: CHILD'S PLAY (1988)


Definição de "politicamente incorrecto": provavelmente posso perder os três seguidores que tenho; provavelmente irão telefonar à Segurança Social a informar que não poderei ter filhos; mas foda-se, consegui estar o filme todo a torcer por um boneco assassino. Eu só queria que o Charles Lee Ray (aka Chucky) degolasse aquele puto irritante. 
Na categoria de "putos chatos, mimados do cinema", este miúdo está ali à frente juntamente com o puto do Phantom Menace e Jingle All The Way.
Era só isto e obrigado. Mas atenção que eu não sou má pessoa. 

segunda-feira, 27 de março de 2017

THE MATRIX (1999)


1999. O Mundo estava à beira do fim. Havia uma coisa que atormentava tudo e todos. Uma coisa que ditava o Apocalipse, o armagedão. Era o chamado Bug do milénio. Se bem me lembro, parece que os computadores iriam rebentar e mandar a Terra de volta para a idade da Pedra, tudo porque não conseguiriam fazer a passagem do ano 1999 para 2000. Era realmente uma chatice. Ora, se eu estou a escrever este texto em 2017, é porque essas "profecias" não se realizaram, se bem que as coisas não estejam espectacularmente melhores.
Em 1999, a informática para mim estava presente nomeadamente nas aulas de ITI (Introdução às Técnicas de Informação), e aquelas aulas eram quase ficção-científica, pois lidávamos com uma coisa que era o MS-DOS. Acho que os professores devem ter ficado congelados no tempo, pois se bem me recordo, essa coisa do MS-DOS, mesmo em 1999, era coisa do passado. Só faltava, essas aulas serem dadas em ZX-Spectrum, que durante muitos anos foi o meu companheiro. A primeira pornografia que vi foi num 128K, e era esse mítico jogo "Paradise Cafe". Também o jogo "Saboteur 2" tinha uma protagonista de roupa de cabedal e seios avantajados. Agora que penso nisso, bem podia fazer parte do filme que me traz aqui hoje, The Matrix.
E nesse final de século, The Matrix era a cena. Foi o filme que toda a gente falava. Não havia adolescente, naquela altura, que não amasse o filme. Já não me lembro porquê, mas não consegui ir ver o filme ao cinema. Só uns meses mais tarde, e por causa do hype todo, é que comprei uma cassete VHS do filme, e digamos que a reacção não foi a que esperava. Fui todo lampeiro comprar o filme, pois tinha a certeza que o iria adorar. Chegava tarde mas ia gostar na mesma, e digamos que não foi isso que aconteceu. Tinha achado o filme mau. E a partir daí, comecei a construir uma relação de ódio em relação ao filme. Dizia sempre que era a pior coisa que já tinha visto na vida. Estava a mentir, eu sei, mas era mau. E talvez a culpa fosse minha. Talvez não tivesse percebido bem todas as camadas do filme, todas as metáforas subjacentes a cada tema.


Bem, o filme começa com uma cena de abertura que dá o mote para o tipo de acção que aí vem. A polícia persegue a Trinity (Carrie A. Moss), se bem que não sabemos qual foi o crime que cometeu. Aparecem os Agents a "ajudar" na perseguição e vemos logo que existem dois mundos: o "real" e o Matrix.
Entretanto aparece o Neo (Keanu Reeves) que dá numa de Alice no País das Maravilhas, segue o "white rabbit" e conhece Morpheus (Lawrence Fishburne) que diz que ele deverá ser o One, ou Escolhido, e cumprir a profecia. Curiosamente One é um anagrama para Neo. Não sei se isto foi propositado, mas não deixa de ser um spoiler. Morpheus passa 80% do filme a ensinar o que é o mundo do Matrix. No terceiro acto do filme, o Morpheus é raptado pelos Agents e assistimos ao resgate, naquela cena que se tornou mítica, em que o Neo e a Trinity entram pelo prédio a dentro.
Acaba com o Neo a ser morto e a ressuscitar com um beijo tal e qual a Bela Adormecida. 

Há três palavras que podem ajudar a definir o filme: estilo, cabedal e Nokia. Quando estão conectados, os personagens enchem-se de estilo com grandes roupas, a gaja com um fato de cabedal impecável, e Nokias que em 1999/2000 todos queríamos ter. O Neo começou a ditar a moda dos casacos compridos. E depois o filme é visionário: ainda antes dos azeitolas dos reality-shows andarem de óculos de sol à noite e dentro de prédios, já estes tipos andavam a fazer isso. Porquê? No entanto, tenho de admitir que os óculos de sol do Morpheus são super-espectaculares. 


O melhor do filme: a léguas, Agent Smith (Hugo Weaving) é o melhor deste filme e da trilogia completa. Depois, a personagem mais interessante só aparece numa cena. E estou a falar da velha que é tipo Maya e que diz ao Neo o que ele deve ouvir. Bem, este Oráculo sabe TUDO, mas depois não adivinhou que a equipa dos bons tinha lá um traidor no meio. 

No geral, o filme é cheio de estilo com algum conteúdo. É certo que a dupla amorosa (Neo / Trinity) tem a química de dois calhaus que se apaixonaram, mas na verdade também vemos este filme por outras razões. 

(O pior estava mesmo para vir nos dois filmes seguintes)

sábado, 18 de março de 2017

Rapidinha do dia: PASSENGERS (2016)


SPOILERS

Sejamos sinceros: somos os únicos acordados numa nave com 5000 pessoas em hibernação. A nave só chegará ao destino em 90 anos. Quantos de nós não "acordaríamos" uma bela Jennifer Lawrence ao fim de 5 minutos? Era logo a primeira coisa a fazer.... Quanto mais esperar um ano na solidão, em que a única companhia é um barman andróide. Essa é a maior falha deste Passengers: ninguém acredita que só ao final de um ano o Chris Pratt tenha coragem para a acordar, quando pode tê-la de quatro de vez em quando. É que a partir do momento em que a acorda é rambóia da boa. 
Agora façamos o seguinte exercício: imaginemos o mesmo filme mas com dois actores completamente banais. É que o Pratt e a Lawrence têm carisma para dar e para vender. Será que teríamos o "mesmo" filme com outra dupla? Melhor, imaginem o Pattinson e a Kristin Stewart como protagonistas? E por aqui me fico.

sexta-feira, 17 de março de 2017

Rapidinha do dia: GODZILLA (2014)


Foda-se... sabemos que alguma coisa não correu muito bem quando preferimos a abordagem do Roland Emmerich ao Godzilla que este mais sério do Gareth Edwards.
E o que faltou ao filme do Edwards??? Diversão: afinal estamos a falar de um filme de monstros. Faltaram personagens cativantes. Mas sobretudo, faltou um Jean Reno a mascar pastilha elástica enquanto tentava imitar os trejeitos americanos. 
Por isso, ponto para o Emmerich.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Rapidinha do dia: KING KONG (1933)


Revi King Kong, o clássico sobre o macaco que trepa ao Empire State Building com uma loira nas patas. Adormeci ainda não tinha chegado à parte da ilha. Não que a culpa seja do filme. Não é. A culpa é minha que insisto em começar a ver um filme pouco antes da meia-noite, quando o dia seguinte é dia de trabalho. O que dirá um puto de 15 anos ao ver este filme, pela primeira vez, com os olhos de hoje? Já agora, o filme padece de um mal de coerência nas proporções: ora parece gigantesco, ora parece mais "normal".
Parece que está quase a estrear um novo filme do Kong, e é por isso que estou a rever os anteriores.

quinta-feira, 2 de março de 2017

REMEMBERING BILL PAXTON

Quando nos perguntam quais os nossos actores favoritos, dificilmente alguém se lembra de Bill Paxton. E não é por o gajo ser mau actor... longe disso. Aliás, o gajo é uma grande actor, mas passou a vida a fazer papéis secundários. Acontece que o seu desempenho em cada papel é tão marcante e icónico que nunca está ali um tipo estereotipado. A sua partida para o além apanhou toda a gente de surpresa. Novo e sem problemas de saúde que fossem públicos, o homem é visto pelo seus pares como alguém que é impecável como ser-humano. Não sei, não avalio quem não conheço. O que sei é que ele adicionava sempre em cada papel algo diferente. 
Segue um leque de papéis que me ficaram na memória pelos melhores motivos.

- ALIENS - O Recontro Final (1986), de James Cameron


- NEAR DARK - Depois do Anoitecer (1987), de Kathryn Bigelow


- PREDATOR 2 (1990), de Stephen Hopkins


Este é um guilty pleasure.

- TRUE LIES - A Verdade da Mentira (1994), de James Cameron


- APOLLO 13 (1995), de Ron Howard


- TWISTER - Tornado (1996), de Jan De Bont 


- TITANIC (1997), de James Cameron


- A  SIMPLE PLAN - O Plano (1998), de Sam Raimi


- EDGE OF TOMORROW - No Limite do Amanhã (2014), de Doug Liman


- NIGHTCRAWLER - Repórter na Noite (2014), de Dan Gilroy


- THE TERMINATOR - O Exterminador Implacável (1984), de James Cameron


Este só está na lista porque ele tem um look espectacular, porque na verdade eu odeio o filme.

E depois Bill Paxton está em dois dos filmes da minha vida (Titanic e Aliens).