segunda-feira, 3 de abril de 2017

HARRY POTTER AND THE PHILOSOPHER'S STONE (2001)


Sempre tive uma relação esquisita com a saga de Harry Potter. Eu acho que a culpa era da minha idade. Digamos que comecei a ler o primeiro livro e parei no primeiro capítulo. Não me cativou. 
Depois foi-se ver o filme ao cinema. E o resultado é o mesmo: não me cativou. Achei fraquinho. 

Hoje em dia já não sou tão "hater". Continuo a achar os dois primeiros filmes da saga, os mais fracotes, mas ainda assim, percebo o fascínio. Aliás, se há coisa que desejava, era que estes filmes tivessem saído quando tinha uns dez anos. Os putos de 2001 não sabem a sorte que tiveram, pois tiveram a possibilidade de crescer com os actores, em filmes com visuais muito fixes. É verdade que na minha infância também tive a minha dose de filmes clássicos de fantasia (The NeverEnding Story, Labyrinth, Dark Crystal, Goonies, ET, etc). Mas eu tenho a certeza que se tivesse visto estes filmes com 10 anos, hoje seriam dos meus filmes favoritos. Como vi numa idade em que gostava de me armar ao pingarelho (expressão bonita), de início achava os filmes secantes. E depois, sempre fui mais do team-Narnia que do team-Potter.

Como dizia, hoje em dia já aprecio mais estes filmes. Continuo a achar que este primeiro filme tem os seus problemas (os outros ficam para mais tarde). 


Este filme prejudica-se a si próprio porque acaba por ser um filme de apresentação. São mais de duas horas para ficarmos a conhecer o mundo de Hogwarts e afins. E isso percebe-se na personagem principal. O Harry Potter é como o espectador: para ele tudo é novidade, fica deslumbrado com tudo o que vai acontecendo à sua volta. Ou seja, narrativamente não há muito para contar. Bem esprimidinho e daria um episódio qualquer de uma série. 
Ah, e o Harry Potter tem uma família "adoptiva" tão má que ele prefere ir para uma escola de magia acompanhado de um velho grande e barbudo de mau aspecto. Boas lições para os meninos: se estão chateados com os vossos pais, fujam com um velho de aspecto duvidoso que diz que vos mais mostrar magia, mesmo que isso na altura vos possa parecer impossível. Os defensores poderão dizer: "mas o Hagrid tem um ar tão fofinho!!" Ao que eu respondo: o Carlos Cruz também. Enfim... Essa parte do filme custou-me a engolir (inserir aqui piada porca em torno da palavra "engolir").

É um filme em que não se passa muito. Tem lá uma tramazita só para disfarçar, mas de resto é conversa, explicações de tudo e mais alguma coisa. O trio de putos ainda é um bocado irritante, ainda assim, é dado espaço para os três brilharem. Todos têm o seu momento alto. 
Já agora, o Dumbledore é uma cópia descarada do velho que estava no Fort Boyard. É que fala como ele e tudo. 

Mas os maiores problemas do filme, além do que já referi, são duas coisas: primeiro é a conveniência com que existem feitiços e utensílios para um problema. Sempre que existe um obstáculo, basta um feitiço e/ou utensílio para resolver as coisas. Ou seja, nunca há verdadeiro perigo. 
E depois no final, na cena de entrega das taças. O Dumbledore é tão boa pessoa que primeiro anuncia uma turma como vencedora, neste caso os Slytherin. Os miúdos já festejam todos, mas depois, "convenientemente", decide que ainda há pontos a dar, tudo para que Gryffindor pudesse ganhar. Não poderia fazer essas contas antes dos outros estarem a festejar? Qual foi o intuito? E para o filme em si, qual era o problema dos outros ganharem? Esta parte irritou-me profundamente e tornou-se um grande problema para mim. Porque há um claro favorecimento dos professores em relação ao Harry Potter. E isso foi-se notando ao longo do filme, culminando nessa cena. 

Positivamente, o filme tem os actores séniores: só o Alan Rickman como Snape bastava para elevar. E Snape conrtinua a ser o meu personagem preferido de toda a saga. Depois ainda a Maggie Smith, Richard Harris, John Hurt, etc. (Acho que todos os actores britânicos devem ter feito alguma perninha durante os oito filmes).

Apesar de todos os problemas (alguns difíceis de encaixar), é uma introdução ao mundo de Potter capaz de deixar um sorriso nos lábios. 

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