segunda-feira, 25 de julho de 2016

JURASSIC PARK (1993)


Se eu tivesse de escolher o filme mais importante da minha vida, esse filme teria de ser Jurassic Park. E não penso duas vezes. Por muitos Star Wars ou Back to the Future que possam ter existido, só este Parque Jurássico é que poderia ser a escolha. 
Já aqui escrevi sobre o filme e como ele é importante para mim. Ontem apanhei-o na televisão e naturalmente que tive de ficar a ver. Porque passados 23 anos da sua estreia, o meu carinho pelo filme ainda é o mesmo da primeira vez que o vi. E porque em 1993 eu tinha a idade ideal para ver. Quer dizer, não há idade ideal para ver este filme, mas para um puto de 11 anos, como eu tinha, a experiência de o ver pela primeira vez foi qualquer coisa do outro mundo. Imagino que tenha sido a mesma se eu tivesse 11 anos em 1977 e fosse ver a Guerra das Estrelas ao cinema.


Houve um tempo em que o velho Casino da Figueira da Foz tinha duas salas de cinema, e eram praticamente as únicas da cidade. A minha juventude foi passada muito por lá. Foram muitos os filmes. Foram muitas as experiências em ir ao cinema no Casino. Porque antigamente uma ida ao cinema era um ritual. Muitas das minhas idas ao cinema entre os meus 10 e 18 anos eu recordo com saudade. E lembro-me de todos os filmes que lá fui ver, com quem fui, se era tarde ou noite, etc. 
Em 1993 a sala de cinema do Casino parecia-me enorme. Acho que era por eu ser um puto e em proporção aquilo era mesmo grande. Lembro-me da excitação toda das semanas anteriores à estreia em Portugal. Vi o filme numa matiné, e como não havia lugares marcados, aqui o totó foi logo para a primeira fila. Devia querer ver o filme antes dos outros. Mas vibrei e fiquei o filme todo de boca aberta, maravilhado com o que estava a ver. Aquilo era dinossauros reais que estavam ali no ecrã. Nessa altura, vi apenas uma vez o filme no cinema. Não havia dinheiro para mais. Os miúdos de agora não sabem, mas não podíamos ir à net ver o filme. E o filme só saía em vídeo quase um ano depois. As semanas seguintes foram uma espécie de ressaca. Entre cromos, revistas e dinossauros em PVC, eu tentava ter tudo, mas não podia. Passados uns meses lá arranjei uma VHS com o filme. Durante uns meses, o filme deve ter passado todos os dias na minha televisão. Normalmente passava a primeira parte à frente para chegar à parte da ilha. Acho que era um puto um bocado estúpido. Mas eu queria era ver os dinossauros. Hoje em dia já vejo tudo. Há diálogos interessantes, são levantadas questões de ética, etc.


Sim, eu já vi o filme centenas de vezes. Ainda mantenho a minha velhinha VHS (mesmo não tendo leitor), mas que a guardo junto dos DVD e Bluray da trilogia. 
Sobre o filme em si, não consigo apontar uma falha que seja. Deve ter lá uma coisa ou outra, mas não vou ser eu a apontar. Apontar alguma coisa negativa ao filme é como estar a trair o nosso tio Spielberg. Steven Spielberg é um autêntico professor de como filmar. Lembro-me que andava no 9º ano e a professora de EVT (trabalhos manuais) usava o filme para falar de planos e tal. Há ali tanto para os novos realizadores aprenderem o que fazer para ter um blockbuster de sucesso. 
Senão vejamos: quem é que não vibrou com a primeira aparição do Braquiossauro? O meu coração ainda bate mais forte quando ouço a música do John Williams na cena em que chegam à ilha de helicóptero. E a cena do primeiro ataque do T-Rex?? E o advogado que é comido enquanto está na sanita? E os velociraptors? Aquela cena da cozinha, que é talvez a minha cena preferida de sempre do cinema. O filme são duas horas de emoções. Desde a adrenalina inicial, o medo, a excitação. Tudo tão bem conjugado.


Depois, quase que nos esquecemos dos actores. E aqui temos personagens a sério. Ou seja, não são uns meros "transeuntes" unidimensionais. Os putos não irritam. Não há ali nenhum action-hero. O Jeff Goldblum é o Jeff Goldblum. O velho é o que tem mais conteúdo. O advogado está lá só para ser morto (tinha de haver um personagem assim).
Vi ontem o filme pela enésima vez. Mas proximamente vou rever para o mostrar ao meu afilhado. E vou curtir como na primeira vez. Porque estes olhos com 33 anos voltam a ter 11. E isso dá-me um gozo do caralho.


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