quarta-feira, 6 de abril de 2016

THE BABADOOK (2014)


Estou numa semana porreira no que respeita o cinema de terror. Depois do óptimo It Follows (comentário aqui), caiu-me no colo outro grande filme de terror. E começo já por dizer que é possível que venha a ter alguns SPOILERS.
Ora, ao ver o trailer deste The Babadook, parece que é mais um filme de uma entidade que assombra uma casa e com um miúdo à mistura. E em certa medida até é. Mas este é um filme diferente. Basicamente temos uma mãe viúva e um filho. O puto acredita em monstros e um monstro está lá para atormentar a família. 
Confesso que 10 minutos depois de começar o filme me apeteceu parar por ali. Tudo porque o raio do miúdo é uma chaga. Se houvesse um Óscar para "puto mais irritante do cinema", o puto ganhava sempre. Não admira que a mãe vivesse numa depressão. Se eu tivesse de aturar as birras, guinchos e manias do miúdo, neste momento estaria preso por infanticídio. 
Sim, eu sei que isto que disse é politicamente incorrecto, e eu nem imagino o que é ter um filho, quanto mais um filho com problemas... eu sei disso tudo... E sei que quando tiver um filho, isso vai ser diferente. Mas essa é também uma razão para o filme ser excelente. Provoca sensações diferentes às pessoas. Acredito que uma mãe verá este filme de forma bem diferente da minha. 
Mas este é um filme de terror diferente. Não há sangue, não há mortes. O único ser-vivo que morre durante o filme é o cão de estimação. E não há monstros. Pelo menos é essa a minha leitura do filme. Não existe monstro nenhum. Sim, temos vislumbres de um ser maléfico. Mas apenas a mãe consegue "ver" esse ser. A mãe que vive numa espécie de negação depois da morte do marido. A mãe que está completamente depressiva e que só quer uma noite de sono. Digamos que o "monstro" é uma espécie de metáfora. Ainda não percebi bem para quê. Talvez para a dor que nunca conseguiu ultrapassar com a morte do marido. E falar na mãe é falar na actriz que o interpreta. E eu só digo: que papelão! 
De destacar ainda neste filme é o som. Que melhor forma de provocar o medo, o desconforto, a aflição. 
E para terminar com sinceridade, devo dizer que a meio do filme, o puto vai ficando menos irritante, tudo porque vamos percebendo o que se passa. Vai-se tornando no herói improvável do filme. 


É bom saber que se vão fazendo filmes de terror bons. Adoro este género e não queria ficar preso ao passado. 

(E é impressão minha, ou a imagem do "monstro" parece saída dos filmes do expressionismo alemão dos anos 20?) 

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