terça-feira, 29 de setembro de 2015

EVEREST (2015)


Sou um gajo pacato. Dêem-me um sofá e uma televisão e eu fico feliz. Nunca fui muito de aventuras. Até porque requeria essa coisa chata do esforço físico, e digamos que sou mais adepto da preguiça. Pessoalmente não vejo nenhum mal nisso. É uma opção de vida como outra qualquer... E mais segura. No entanto admiro pessoas que arriscam a sua vida em algum tipo de actividade mais perigosa: parapente, para-quedas, patins, rappel, escalada, ir ao estádio ver o Porto-Benfica, sair à noite em bairros esquisitos, etc... 
Este filme veio contrariar essas minhas vontades: será que fui só eu que saiu do filme com vontade de ir escalar o Everest? Passar noites em tendas geladas, apanhar com tempestades de neve, perder um ou dois dedos (no caso do João Garcia o nariz). Mas é verdade, o filme teve esse mérito em mim. Deixou-me pelo menos com essa vontade. Claro que se a oportunidade surgisse, o mais provável seria fugir com o rabo entre as pernas. 

Parece que o filme relata uma história real (o famoso "Based on a true story") de umas trupes de "turistas" que queria trepar ao ponto mais alto do planeta. Confesso que não sabia que existiam empresas especializadas em levar turistas ao cume do Everest, porque não sabia que existia assim tanta gente maluca. 
Não será um filme que vá ficar para a história (só o tempo o dirá), mas caramba, o espectador sai cansado depois de ver este filme. E sim, este é daqueles que merece ser visto numa sala de cinema. Não tanto pelos méritos da história em si (que os tem), mas por todos o visual. Epa, não consigo explicar porquê, mas quem vê o filme na segurança da cadeira da sala de cinema vai sentido aquele suspense, aquela adrenalina de querer chegar lá cima. E o chegar lá cima foi peanuts comparado com a viagem de regresso. A história não tem muito que se lhe diga. Um conjunto de pessoas quer escalara o Everest, e as coisas não correm muito bem. E é isto. Mais que suficiente para duas horas de adrenalina, falta de ar, e imagens impressionantes. 
Sobre o 3D, só tenho uma coisa a dizer: esqueçam Avatar e cenas do género. Foi para isto que o 3D foi inventado. 
Ah, e depois tem um elenco forte a carregar um argumento simples. Duas estrelas (Brolin e Gyllenhaal) que nem sequer são os personagens principais do filme.


Vale a pena dar uma vista de olhos neste, nem que seja para ficar deslumbrado com as imagens. 
Nota final; parece que o alpinista João Garcia viu o filme e achou que finalmente "hollywood conseguiu retratar bem este tema, tanto do ponto de vista das imagens como técnico".

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

DEATH WISH (1974)


A década de 70 nunca foi a minha favorita do cinema. Mas sem nenhuma razão aparente. São desta década alguns dos meus filmes preferidos (Star Wars, Jaws, The Exorcist, Halloween, e muitos outros). Mas sempre me pareceu uma altura em que os filmes eram mais "sujos"... e uma pessoa gosta mais de coisas limpas. Por algum motivo que eu desconheço, Charles Bronson nunca me disse nada. nunca foi actor que eu ligasse. Era mais o herói da minha avó. Para um tipo que nasceu nos anos 80, o Bronson era mais o avozinho. Nós (catraios dos anos 80) queríamos era Stallone, Schwarzenegger e Van Damme
Ora, como hoje só entrava no trabalho à tarde, aproveitei o facto da esposa sair de manhã para trabalhar e ter a televisão só para mim. Já tinha ouvido falar da saga Death Wish. E tantas vezes tinha ouvido falar, que lá me decidi a ver o filme. 
Preparam-se umas tostas mistas e uns iogurtes para pequeno-almoço, carrego no play e lá entro no mundo cheio de crime da cidade. 


O filme é muito básico: um chefe de família apanha-se com a mulher morta por um gang liderado por um muito jovem Jeff Goldblum. A filha fica numa espécie de vegetal. A polícia não consegue encontrar os culpados, então o nosso avozinho Bronson desata a matar tudo o que é indivíduo com aspecto duvidoso. E pronto, é isto o filme. O gajo torna-se num "Vigilante". 
Eticamente o filme é duvidoso. Incentiva os mais fracos de mente a uma espécie de "faça você mesmo", a justiça pelas próprias mãos. Um filme da Direita norte-americana. Parece que sai em defesa do uso das armas, mas sem stress.... É SÓ UM FILME.
Vi com um deleite macabro. Mas não acabei o filme com vontade de ir dar porrada a tipos com aspecto duvidoso. 

(Parece que há mais 4 filmes desta saga... já estão na lista para os próximos dias).

Nota final: e foi impressão minha ou vi o Denzel Washington a levar um balázio, tendo uma cena com poucos segundos?


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

THE MAN FROM U.N.C.L.E. (2015)


Parece que os filmes de espiões estão para ficar. Pelo menos a avaliar pelos que têm saído nos últimos tempos. Começámos o ano em grande com a surpresa que foi Kingsman. Mais recentemente veio o novo Mission: Impossible e o divertido Spy. E agora este The Man From U.N.C.L.E. E daqui a umas semanas mais um Bond.  O que tem acontecido para este renascer do género dos espiões. Bem, tornaram os filmes de espiões mais leves, com mais entretenimento, sem se levarem demasiado a sério. E isso tem resultado. Nuns mais do que noutros, o que é natural.
Desta vez foi o Guy Ritchie que decidiu pegar numa série dos anos 60 (confesso que nunca tinha ouvido falar). E devo dizer que é o melhor filme do gajo desde o Snatch. Sejamos sinceros, os filmes dele não têm saído grande coisa, e estou a incluir os Sherlock Holmes. No entanto, dou-lhe mérito numa coisa. Se há realizador que coloca "estilo" e "coolness" nos seus filmes é o Guy Ritchie. Todo o visual deste filme é muito bom. As cores. O Henry Cavill que deixe lá o Super-Homem e se dedique a este franchise. (Parece que o filme está a ser um flop de bilheteira, o que é pena).


Outra coisa que resulta muito bem neste filme é a química entre os dois protagonistas. Já há algum tempo que não se sentia isso nesta espécie de buddy-movie
Depois digamos que tem algo de original na ideia base do filme (e pelos vistos da série). Ter um americano e um russo, em plena Guerra Fria, a trabalhar em conjunto para um bem comum foi um tiro certeiro. 
O humor foi também na mouche. Só gostava de ter visto mais do Hugh Grant. É bom ver que o gajo está a envelhecer e num registo diferente ao que estamos habituados.

Resumindo, um filme cool, despretensioso, divertido. 

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

SIGNS (2002)


Lembram-se quando o Shyamalan (acho que é assim que se escreve e não me apetece ir ao Google) fazia bons filmes? Pois, já lá vão uns anitos. Mas sejamos sinceros, se o gajo já nos deu The Sixth Sense, Unbreakable ou o The Village (e este Signs - já lá vamos), bem pode fazer a merda que quiser actualmente. 
Era eu um caloiro em Coimbra, e numa das tarde que não me apeteceu ir à aulas, lá fui ao velhinho Avenida ver este filme. Sozinho, porque ainda era muito verde em Coimbra, e não havia muito pessoal que quisesse ir ver este filme ao cinema comigo. Copos era à noite. As manhãs para dormir. As tarde eram para ir à Faculdade passear os "apontamentos" (duas folhas em branco).


Deste Signs apenas uma coisa para começar: se não é o melhor, é um dos melhores filmes sobre invasões extra-terrestres.
- Banda-sonora a fazer lembrar Hitchcock;
- Elenco impecável. Os dois adultos (Mel Gibson e Joaquin Phoenix) estão sempre bem. Até os miúdos não eram irritantes como é normal. 
- Um conjunto de cenas com um suspense inacreditável: cenas no milheiral; cena na casa do veterinário com o alien preso numa das divisões; cena na cave; cena em que vêm o vídeo do alien; etc etc etc... Não há uma cena que cortasse. Os flashbacks que vão dando pistas para o final. 

Sinceramente, eu queria apontar qualquer coisa de negativo, mas não consigo. Talvez o filme do Shyamalan que mais gosto de ver e rever! Há sempre qualquer coisa, um detalhe a descobrir.

(Se Hitchcock fizesse um filme de ETs, poderia muito bem ter feito este.)